O secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Ventura, anunciou hoje, 20 de Setembro, em Angra do Heroísmo, que o Governo Regional dos Açores vai criar um projecto de “caracterização das variedades produtivas tradicionais”, em parceria com a Universidade dos Açores e com a Federação Agrícola dos Açores.
E concretizou: “acreditamos que no final de 2024 já exista um catálogo da identificação das culturas tradicionais produtivas nos Açores, e algumas culturas já inscritas no catálogo nacional de variedades”.
A verba inicial prevista para o projecto será de cinco mil euros, mas poderá ser reforçada ao longo do ano, consoante a identificação das variedades.
António Ventura falava após uma reunião com o presidente da Faculdade de Ciências Agrárias e Ambiente da Universidade dos Açores, Professor Alfredo Borba, sobre o projecto que visa identificar, recolher, caracterizar e promover variedades regionais tradicionais que se encontrem em desuso ou risco de extinção em cada ilha.
“É uma acção que está prevista para o Plano e Orçamento de 2023 e que tem a ver com a caracterização das variedades produtivas tradicionais, quer para a alimentação humana, quer para a alimentação animal”, disse o governante.
“Há muitas variedades tradicionais que estão a desaparecer, que são uma identidade regional que importa conservar, quer seja num banco de sementes regional, como posteriormente, no catálogo nacional de variedades”, adiantou.
O responsável pela pasta da Agricultura referiu poder haver interesse também “de empresas de pequena e média dimensão em comercializar e fazer produtos dessas variedades, como por exemplo, do milho tradicional”.
“Essas variedades, para além de estarem adaptadas às nossas condições edafoclimáticas, também são resistentes a determinadas doenças, e aumentam as opções para a alimentação animal e humana”, disse António Ventura.
“Ao Governo Regional interessa que se faça a caracterização e identificação desses produtos, que ao longo de séculos existiram nos Açores, estavam ajustados, e estão a desaparecer. Interessa conservar”, destacou.
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