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Ministros da Agricultura em Praga: UE tem de reforçar segurança alimentar e melhorar sustentabilidade da agricultura

A segurança alimentar e o papel da agricultura e dos alimentos europeus na produção alimentar sustentável a nível mundial foram os principais temas da reunião informal de hoje, 16 de Setembro, dos ministros da Agricultura da união Europeia (UE) em Praga, República Checa.

Os ministros acordaram em que a UE deve agora agir de forma coordenada para maximizar o aumento sustentável da produção agrícola e acelerar a utilização de técnicas modernas na agricultura. A reunião foi presidida pelo ministro da Agricultura checo, Zdeněk Nekula, e contou com a participação do Comissário responsável pela Agricultura, Janusz Wojciechowski, representantes das ONG, do Parlamento Europeu, do meio académico e dos ministros da Agricultura da Ucrânia, da Geórgia e da Moldávia.

A reunião de hoje dos ministros da Agricultura concluiu um programa de três dias na República Checa. Além de Praga, visitaram várias explorações para se familiarizarem com a produção agrícola na República Checa. A reunião ministerial informal é organizada por cada Presidência no seu país e consiste num debate sobre um tema escolhido que serve de base para a tomada de decisões subsequentes.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, os efeitos persistentes da pandemia e o avanço das alterações climáticas têm um impacto importante na segurança alimentar e nos preços mundiais dos produtos alimentares. Os ministros da Agricultura debateram principalmente a forma de assegurar uma produção e distribuição de alimentos suficientes aos países mais vulneráveis, assegurando simultaneamente a sustentabilidade, refere um comunicado de imprensa da Presidência Checa.

Redução de pesticidas e fertilizantes

E avança que “uma das principais soluções é utilizar a inovação, a investigação e as tecnologias modernas, incluindo a agricultura de precisão, para reduzir ainda mais o consumo de pesticidas e fertilizantes, mantendo simultaneamente a produtividade necessária”.

Embora “a alimentação seja abundante na União Europeia, a pandemia e a invasão russa da Ucrânia agravaram a crise alimentar mundial. A União Europeia enfrenta um grande desafio: aumentar de forma sustentável a produção agrícola, reduzir o desperdício alimentar e garantir que as pessoas em todo o Mundo tenham acesso a alimentos de qualidade. Talvez seja hora de repensar algumas abordagens tradicionais para a produção de alimentos em favor de novas técnicas modernas”, disse o ministro da Agricultura, Zdeněk Nekula.

Ciência e inovação

Ciência, inovação e métodos modernos de selecção na agricultura estiveram entre os principais temas do encontro. Incluiu contribuições de especialistas checos, do Professor Miroslav Trnka e de Dr. Roman Hobza, da Academia de Ciências da República Checa.

“Ambas as novas tendências podem ajudar a UE a reduzir a utilização de pesticidas e fertilizantes, gerir a água ou seleccionar novas variedades que são mais resistentes a flutuações climáticas extremas e a novas pragas e doenças vegetais”, diz o mesmo comunicado.

Os ministros acordaram que a UE deve “responder o mais rapidamente possível ao desenvolvimento moderno e não prejudicar a inovação”. Por conseguinte, “é importante alterar o quadro legislativo desactualizado através do qual a UE regula a utilização de métodos modernos de melhoria das culturas agrícolas. Este quadro não só restringe os agricultores europeus, como também leva a uma fuga dos melhores peritos para países fora da União Europeia, pelo que os danos são extraordinários”.

Para o ministro da Agricultura checo, “mesmo que a guerra na Ucrânia tenha um impacto negativo na produção de alimentos, nos mercados de produtos de base, nos preços da energia e, por conseguinte, em todos nós, nós, enquanto União Europeia, não devemos resignar-nos a cuidar das paisagens. Precisamos urgentemente de culturas resistentes à seca, geada, doenças e pragas, que exigem menos pesticidas e fertilizantes artificiais. É por isso que me congratulo com o facto de o senhor Comissário ter deixado claro que a Comissão Europeia está disposta a apresentar, a curto prazo, propostas para melhores culturas agrícolas que ajudem a resolver os problemas actuais”.

Ucrânia

Já no contexto da segurança alimentar e da distribuição de alimentos, Mykola Solskyi resumiu os actuais desafios que a Ucrânia enfrenta neste domínio. Salientou igualmente a importância das rotas de solidariedade facilitadas pela UE e apelou ao seu alargamento. Devido à ocupação dos poucos portos ucranianos pelas tropas russas, os cereais da Ucrânia também devem seguir outras rotas.

“De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, cerca de 40% do total das importações de trigo em África provêm da Rússia e da Ucrânia. O Programa Alimentar Mundial, que alimenta cerca de 125 milhões de pessoas, compra 50% dos seus cereais à Ucrânia. Os corredores de solidariedade fazem sentido e abordaremos as possibilidades de os alargar e reforçar como assunto separado na reunião do Conselho de 26 de Setembro, em Bruxelas”, afirmou o ministro Nekula.

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