AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia continua a agravar a escalada de preços dos cereais importados. E, na semana passada, o segundo maior produtor mundial de trigo, a Índia, anunciou o corte das exportações devido à quebra de produção ocorrida como consequência das ondas de calor que têm afectado o país.
É nesta conjuntura que a cotação do trigo mole panificável importado com entrada no Porto e Lisboa, chegou aos 486 euros por tonelada no passado dia 15 de Maio. Um aumento de 7% face à semana anterior. A 1 de Maio uma tonelada de trigo mole panificável custava 437 euros.
Segundo a análise do SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas, referente à semana 19 — 9 a 15 de Maio —, o saldo comercial e o saldo em volume do mercado do sector de cereais é negativo, ou seja, Portugal é um país importador de cereais e os principais portos de entrada são Lisboa, Aveiro e Leixões. A França, a Espanha e o Brasil são os países origem das maiores importações de Portugal, quer em quantidade, quer em valor monetário.
Mas, aquele serviço do Ministério da Agricultura realça que “devido à conjuntura actual, a suspensão das importações directas de trigo da Ucrânia e da Rússia não afectará a cadeia de abastecimento nacional”.
Na semana em análise verificou-se uma subida, em relação à semana anterior, das cotações dos cereais importados entre 4% a 9%.
Adianta a analise do SIMA que a importância da Rússia e da Ucrânia na produção de cereais aliada à recente instabilidade política reflectiu-se nos mercados mundiais de bens agrícolas principalmente a partir da semana 8. O preço de exportação do trigo panificável no porto de Rouen – França, um dos principais portos europeus em transacções de cereais, atingiu máximos históricos de 412 €/t na semana 11 e 410 €/t na semana 17.
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