O mercado mundial do sector da cortiça deverá ter um crescimento anual de 3,25% até 2026, nomeadamente em resultado do incremento da procura de vinhos de segmentos premium, tradicionalmente engarrafados, com rolhas de cortiça de maior qualidade.
A estimativa é do “Relatório Anual de Caracterização da Situação Económico-financeira das Empresas do Sector da Cortiça”, estudo da APCOR — Associação Portuguesa de Cortiça, em colaboração com a Deloitte Corporate Finance, que analisou a performance financeira e operacional do sector, que será apresentado num webinar esta segunda-feira, 21 de Setembro, a partir das 15 horas, na plataforma zoom. A participação é gratuita, mas de inscrição obrigatória aqui.
Há “potencial expansão da área de montado em Portugal em resultado do investimento efectuado em projectos, nomeadamente com novas formas de cultivo com rega”
Segundo o relatório, “o sector da cortiça apresenta uma dinâmica de crescimento alicerçada no crescimento da procura do seu principal mercado de destino”, o vinho, havendo uma “perspectiva futura de crescimento relevante do mercado Chinês, em função da dinâmica da indústria vinícola nesta geografia”.
Por outro lado, aquele estudo diz haver um “potencial expansão da área de montado em Portugal em resultado do investimento efectuado em projectos, nomeadamente com novas formas de cultivo com rega”.
Fileira da cortiça
E acrescenta o relatório que os principais produtos da fileira da cortiça “surgem, maioritariamente, integrados num produto mais complexo, o que implica que a sua procura seja fortemente influenciada pelos mercados que se situam a jusante, como o embalamento de vinho e os materiais de construção civil”.
Mas, apesar da diversificação dos seus produtos, através do surgimento de novas aplicações para a cortiça, como as do sector automóvel, têxtil e desporto, a indústria ainda se encontra significativamente focada na produção de rolhas.
Investimento
Aquele relatório revela ainda que, na última década, a indústria corticeira levou a cabo investimentos de cerca de 500 milhões de euros em investigação e desenvolvimento e no reforço de capacidade industrial. “Em função da disponibilidade de incentivos comunitários, o sector corticeiro foi capaz de mobilizar fundos comunitários no montante de 26 milhões de euros nos últimos três anos, no âmbito do programa Portugal 2020”.
A produção de cortiça está limitada aos países com largas áreas de montado que, devido à especificidade das condições necessárias ao crescimento de sobreiros, se localizam na Bacia do Mediterrâneo Ocidental.
França, Estados Unidos e Espanha são os principais mercados de destino das exportações portuguesas, com um peso cerca de 50%. Espanha é o principal país de origem das importações portuguesas de cortiça natural (cerca de 80%) para a indústria transformadora a qual é a indústria de origem de cerca de 96% das exportações de cortiça nacionais, sendo que Portugal representa cerca de dois terços das exportações mundiais de rolhas e materiais de construção.
O estudo integral já pode ser consultada no sítio da APCOR, aqui.
Ver também:
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