A CAL — Câmara Agrícola Lusófona, que está em missão empresarial na Guiné-Bissau, foi recebida pelo Presidente da República daquele país da CPLP. Entre as empresas portuguesas que viajaram àquele encontram-se a Sortegel, a Beyond, a Valdelima e a J. Inácio Maquinas Agrícolas, entre outras.
Na audiência da delegação da CAL de empresários portugueses, José Mário Vaz, presidente da República de Guiné-Bissau, começou por enaltecer o papel da CAL, nomeadamente o seu presidente, Jorge Correia Santos, pelo “esforço, dedicação e trabalho” demonstrado nessa “grande de luta” que é fazer desenvolver Guiné Bissau, nomeadamente no âmbito do agro-negócio.
“Ajudem-nos a mudar a imagem deste país”
Para o Presidente da Guiné-Bissau, “o país tem de produzir e tudo terá de começar no campo. Nós temos de apostar na agro-indústria e, consequentemente, apostar na economia local. O resto é só conversa. A Guiné-Bissau tem condições extraordinárias para isso”.
José Mário Vaz referiu a “má imagem” que é transmitida para fora, mas que não corresponde à realidade: “Quem cá está instalado nunca sai daqui. Não se deve ouvir essas pessoas que já estão aqui instaladas, é uma questão de concorrência. Primeira coisa é não ouvir isso”, garante, acrescentando que, no seu país “não há corrupção”. “Isso é bom que fique claro”.
Apelando à divulgação de uma imagem positiva da Guiné-Bissau, o Presidente lamentou que muito do que se diz não tenha a ver “com o país real”.
Segurança
Sobre as questões de segurança, José Mário Vaz assegura que, apesar de muitos guineenses “terem dito muito mal da nossa terra, ninguém é perseguido aqui”. O Presidente justifica esta atitude com argumentos políticos: “Não querem ajudar a relançar a imagem do país só porque perderam o poder”.
O líder guineense assegura, assim, a existência de liberdade de expressão e respeito pelos direitos humanos, embora “a imagem que temos de lá fora é de um país instável, mas “isso não acontece, não há um único tiro, os militares estão acantonados nos seus quartéis, há estabilidade”.
Empresários bem-vindos
Aos empresários que desejem instalar-se na Guiné “não oferece nada”, porque “os recursos da Guiné não são do Presidente da República, são sim do povo da Guiné-Bissau”, Garante, no entanto, colaboração “com todos os interessados, para fazer a nossa Guiné avançar, na base da transparência”. A todos deixa o aviso, que é, acima de tudo, um compromisso: “Não vos vou deixar sair”.
Relevando o papel das pequenas e médias empresas, “cruciais para o desenvolvimento de qualquer país”, o Presidente incitou os participantes da missão da CAL a investirem no território, considerando que “é uma oportunidade única, que devem aproveitar”, ainda mais quando “nos une a língua”.
Transformar a agricultura da Guiné-Bissau
Crente num projecto sólido de desenvolvimento para a Guiné-Bissau, José Mário Vaz elege como “missão transformar a agricultura da Guiné-Bissau, porque 80% da nossa população vive no campo”. É assim que espera produzir a matéria-prima para transformar nas grandes cidades.
Novo Complexo Agro-Industrial acolhe empresas portuguesas
As condições de laboração das empresas estão garantidas pelo novo Complexo Agro-Industrial, espaço aconselhado pelo Presidente da República, onde os empresários “terão melhores condições”, estando “a estudar as facilidades” para as empresas que lá queiram laborar.
É com o trabalho em prol do desenvolvimento do seu país que José Mário Vaz quer deixar a sua marca. “Eu quero ficar na história do meu país e isso só pode acontecer se a economia crescer e a vida do povo melhorar. E isso só é possível com as empresas e com os empresários. Eu estou aqui para vos defender”, promete.
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