O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, compara o projecto de Alqueva, “cujo sucesso hoje ninguém contesta”, à actual Reforma da Floresta. Em artigo de opinião publicado no Público (aqui), Capoulas escreve que “apesar de todas as críticas, não houve força para travar ou desvirtuar a arquitectura de uma Reforma vital para o País”.
O ministro relembra que há 20 anos, aquando da aprovação do projecto de Alqueva, choveram “críticas de todos os quadrantes: desde estar em curso a criação de um “elefante branco” e um sorvedouro dos dinheiros públicos à impossibilidade “cientificamente comprovada” de completar alguma vez o enchimento da albufeira, ou até de assegurar o estabelecimento de um preço da água compatível com qualquer actividade agrícola, para além de todos os impactos negativos para o ambiente e para o clima que se possam imaginar, invocados até por entidades e personalidades de credibilidade inquestionável”.
“Mais uma vez, políticos, comentadores e entendidos de todos os tipos se lançaram em ruidosa contestação, sem fundamento ou justificação, criticando até, e bastas vezes, a ausência de medidas que a simples leitura dos diplomas revela estarem neles contidas!”, escreve o ministro.
Capoulas Santos salienta ainda que “apesar de tudo, a Reforma da Floresta avançou: oito ministros envolvidos, meses de discussão dentro do Governo, dois Conselhos de Ministros extraordinários dedicados ao tema, três meses de discussão pública, debate aceso na Assembleia da República, acompanhamento e observação atenta e incentivadora do Presidente da República. Nem as críticas, amplificadas até à exaustão pela comunicação social, nem os lóbis, diversos e poderosos, nem a luta política, nem o escrutínio das instituições da República impediram o seu avanço irreversível. Não há maior força do que a força da coerência e da razão”.
“Não houve força para travar” Reforma da Floresta
Frisa o governante que “apesar de todas as críticas, expressas e veladas, e do árduo trabalho dos grupos de pressão, não houve força para travar ou desvirtuar a arquitectura de uma reforma vital para o país e que, para ter êxito, vai exigir o empenho e a determinação de vários governos, que não podem sucumbir à ilusão do aplauso e de ganhos políticos no horizonte curto do seu mandato”.
Agricultura e Mar Actual