A vespa velutina, também conhecida por vespa asiática, um predador voraz de abelhas e outros insectos benéficos, poderia colonizar rapidamente o Reino Unido, a menos que sua propagação seja combatida, de acordo com uma nova pesquisa das Universidades de Warwick e Newcastle, que trabalham com a Unidade Nacional de Abelhas britânica. A investigação foi publicada na Scientific Reports.
O professor Matt Keeling, do Warwick’s Zeeman Institute for Systems Biology & Infectious Disease Epidemiology Research (SBIDER), prevê que se os ninhos de vespas asiáticas continuarem a prosperar no Reino Unido, poderia haver centenas de milhares em pouco mais de duas décadas, colocando as populações britânicas de abelhas e outros insectos benéficos numa situação crítica.
Os investigadores simularam uma propagação de vespas asiáticas em todo o Reino Unido durante um período de vinte e cinco anos, a partir de um único ninho activo num local perto de Tetbury, onde o primeiro ninho foi descoberto e destruído em 2016.
Vespa viajou em cerâmica chinesa
Acredita-se que a vespa asiática, com as suas típicas pernas amarelas, chegou pela primeira vez à Europa em 2004, numa importação de cerâmica chinesa para a França. Desde então, a vespa asiática espalhou-se pela França para depois infestar a Itália, Espanha, Portugal, Suíça, Alemanha e Bélgica.
Usando dados recentes da região de Andernos-les-Bains, no sudoeste da França — onde houve observação detalhada e destruição de ninhos de vespas asiáticas nos últimos oito anos — o professor Matt Keeling, líder da investigação, e os seus colaboradores mapearam uma potencial invasão similar no Reino Unido.
“A nossa pesquisa mostra o potencial deste predador para invadir e colonizar o Reino Unido rapidamente, espalhando-se rapidamente de qualquer novo local de invasão. Mesmo que conseguimos controlar com sucesso essa primeira invasão, a presença de uma população crescente desses zangões no Norte da Europa faz com que futuras invasões sejam inevitáveis”, diz Matt Keeling.
Os investigadores realçam que só a atenção redobrada dos apicultores, que precisam de saber identificar os ninhos de vespa asiática e de os destruir, podem parar essa hipotética invasão.
Por sua vez, Giles Budge, da Universidade de Newcastle, refere que aquele estudo “destaca a importância da detecção precoce para a erradicação bem-sucedida deste zangão. Para isso, precisamos que os cidadãos em geral e os apicultores se familiarizem com a vespa asiática, procurem sinais de zangões, particularmente perto das colónias de abelhas e verifique as árvores mais altas, onde podem haver grandes ninhos. um relatório rápido pode fazer toda a diferença entre erradicação e estabelecimento generalizado”.
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