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Eliminar pragas agrícolas com genes de infertilidade pode ser possível

As pragas causam, todos os anos, centenas de milhões de euros de prejuízos aos agricultores de todo o Mundo e são uma ameaça à biodiversidade e ao meio ambiente. Um grupo de cientistas diz que a situação pode ser estancada. Investigadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, mostraram que pode ser possível erradicar populações de vectores invasivos por meio da herança de um gene negativo, como o que causa a esterilidade, uma técnica conhecida como movimentação de genes. O estudo foi publicado no The Royal Society.

A disseminação de genes prejudiciais, como os que causam a esterilidade, através de populações de pragas, é vista como uma potencial “bala de prata” para a ciência da conservação e para a agricultura. A tecnologia da movimentação de genes pode também ser aplicada para promover benefícios de saúde pública, por exemplo para controlar a propagação de doenças por animais como os mosquitos.

Os investigadores da Universidade de Adelaide desenvolveram um modelo matemático para prever se os movimentos de genes poderiam ser usados para erradicar populações de ratos invasivos das ilhas australianas. As ilhas foram consideradas como os locais de teste apropriados de forma a minimizar o risco de propagação para populações não-alvo.

Erradicar 50.000 ratos em 5 anos

Os cientistas mostraram, através de simulação em computador, que a introdução de 100 ratos com um mecanismo de geração de genes que causam a esterilidade poderia erradicar uma população de 50.000 indivíduos entre 4 a 5 anos.

“O nosso trabalho indica que o controlo de populações de pragas invasivas usando movimentos de genes pode ser viável”, diz o professor de genética molecular, Paul Thomas, que receia que a mediatização social entrave o avanço desta tecnologia, uma vez que se sobrepõe à selecção natural, além de reconhecer que conseguir “um bom ‘design’ da transmissão de genes é crítico”.

“A nova tecnologia de edição de genes, a CRISPR/Cas9, permite que o gene se replique durante a produção de ovos e esperma, o que garante que ele seja transmitido para a próxima geração e, em última análise, resulte na disseminação por toda a população. Os nossos resultados indicam que colocar o gene que impulsione a infertilidade acabará por causar o colapso da população”, refere Paul Thomas.

“O próximo passo necessário será o desenvolvimento de unidades de genes em ratos de laboratório, em condições seguras, para permitir uma modelagem melhorada desse potencial para a erradicação de pragas”, diz aquele professor. “Isso fornecerá os dados críticos necessários para debater as questões importantes que permanecem em torno da biossegurança, regulação e ética”, acrescenta Paul Thomas.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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