A Syngenta organizou uma jornada técnica, no dia 13 de Fevereiro, no Beja Parque Hotel, para debater os desafios da protecção fitossanitária do olival e as oportunidades de mercado da fileira nacional do azeite, cujas exportações atingiram um valor recorde de 967 milhões de euros em 2022.
A secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos, evidenciou que “há um enorme potencial para acrescentar valor às exportações nacionais de azeite, através da aposta em azeite embalado e de marca”. Actualmente, do total de azeite português exportado 66% é vendido a granel e 44% embalado. Mariana Matos apontou também como desafio a organização da fileira, através da criação de uma Organização Interprofissional para promover o azeite português e a imagem deste “sector moderno e altamente eficiente, um exemplo de boas práticas e de sustentabilidade”.
Portugal é o 6º produtor mundial de azeite, na campanha 2021-2022 atingiu uma produção recorde de 210 mil toneladas, e na campanha 2022-2023 obteve uma produção de 125 mil toneladas (ano de contrassafra). A fileira portuguesa do olival e do azeite gera um volume anual de negócios de 1.500 milhões de euros, refere a Syngenta em nota de imprensa.
Alternariose
O consultor José Andres Moreno centrou a sua apresentação na alternariose, uma doença causada pelo fungo Alternaria alternata, que surgiu com maior intensidade nos olivais portugueses desde há três anos, podendo vir a converter-se numa doença chave, caso não seja adequadamente diagnosticada e tratada.
O Alternaria alternata é um fungo oportunista, aproveita as feridas e outras debilidades das plantas para se instalar, e saprofita, alimenta-se de matéria orgânica em decomposição, proliferando com temperaturas entre 20ºC e 25ºC e humidade relativa acima de 90%. Prefere os olivais em sebe e ataca sobretudo plantas em situação de stress e com feridas, a colheita tardia da azeitona propicia o seu desenvolvimento.
Os sintomas de alternariose nas folhas, flores, caules e flores da oliveira podem confundir-se com os sintomas da gafa e do olho-de-pavão, pelo que se recomenda a confirmação da presença da doença através de análises em laboratório.
“É fundamental fazer o diagnóstico correto da doença em laboratório e devemos escolher um fungicida que seja eficaz a controlar o maior número de doenças no olival, realizando aplicações preventivas na Primavera e no Outono, sempre e quando as condições meteorológicas sejam propícias ao desenvolvimento do fungo”, explicou José Andres Moreno. O fungicida Amistar Top é a solução indicada pela Syngenta para reduzir o inóculo de Alternaria alternata no olival.
A cultura do olival ocupa o terceiro lugar no ranking das vendas de produtos fitofarmacêuticos em Portugal, com um valor de mercado superior a 20 milhões de euros, e é a segunda cultura mais relevante nas vendas da Syngenta, depois da vinha. “O que nos tem permitido crescer nesta cultura é o trabalho de parceria com o nosso distribuidor A Cano e o robusto portfólio de soluções Syngenta para a proteção do olival”, afirmou Paulo Machado, director comercial da Syngenta para Portugal e Galiza, revelando a ambição da empresa: “queremos continuar a ser a referência no sector do olival e crescer na cultura do amendoal”.
Já Gilberto Lopes, field expert da Syngenta em Portugal, apresentou algumas das soluções da Syngenta para controlo de pragas do olival, tais como o insecticida Karate Zeon e o bioinseticida Costar WG, e para prevenção das doenças da oliveira, incluindo o consagrado fungicida cúprico Cuprocol, o novo biofungicida Cuprantol Duo (protecção combinada de oxicloreto e hidróxido de cobre), e os fungicidas Amistar Top e Score 250 EC.
João Bilro, técnico da Syngenta Biologicals, apresentou dois bioestimulantes cuja eficácia em olival foi demonstrada em ensaios realizados no Alentejo: o Vitasève, que melhora a actividade de câmbio vascular das plantas, e o MC Set, que optimiza a floração e o vingamento dos frutos.
Agricultura e Mar