A Syngenta realizou um Simpósio de Milho e Girassol, a 13 de Janeiro, em Almeirim, onde especialistas portugueses e espanhóis apresentaram tecnologias que contribuem para a melhoria da produção e debateram a situação de mercado destas culturas em Portugal e no Mundo.
Estiveram presentes cerca de 300 agricultores e técnicos da produção e distribuição no Simpósio, onde Tiago Pinto, secretário-geral da Anpromis – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo, começou por recordar que apesar da redução da área de milho em Portugal, a produção aumentou, atingindo em 2016 um total de perto de 897.000 toneladas.
“Isto acontece graças à evolução tecnológica dos agricultores e à melhoria da genética das sementes”, disse Tiago Pinto, apelando aos presentes “para que continuem a acreditar na cultura do milho, porque a volatilidade dos preços veio para ficar, mas temos que estar em jogo nos anos em que os preços animarem”.
A Syngenta lançou recentemente no mercado a tecnologia Artesian, que visa garantir maior potencial produtivo da cultura do milho, mesmo nos anos agrícolas mais desfavoráveis. As sementes que incorporam esta tecnologia “têm a capacidade de melhor aproveitar e converter a água disponível em maior percentagem de grão, maximizando a eficiência hídrica. Em Portugal, variedades como a SY Hydro e a SY Helium, demonstraram rendimento 6% a 8% superior em condições de stress hídrico, por comparação com variedades convencionais”, revelou Felisbela Campos, responsável da Syngenta para a cultura do milho na Península Ibérica.
Variedade SY Brabus
A SY Brabus é a nova variedade Syngenta com a tecnologia Artesian, de ciclo FAO 600, que tolera muito bem o cefalosporium (doença presenteem Portugal e Espanha) e tolera infecções do solo por fungos. Em ensaios realizados em Portugal, com sementeira após 15 de Maio, obteve uma produtividade 17 ton/hectare com humidade média do grão a 15%.
No capítulo da protecção do milho, a Sygenta dispõe de soluções inovadoras como o herbicida Lumax, para aplicação em pré-emergência, e o herbicida Elumis, para aplicação em pós-emergência precoce.
Girassol alto oléico tem mais-valias
O girassol é uma cultura emergente em Portugal, cuja produção mais do que duplicou nos últimos cinco anos – de 10.000 ton, em 2012, aumentou para 24.000 ton em 2016, segundo dados do INE, registando uma enorme melhoria de performance graças à introdução do regadio. No mesmo período, a produtividade média do girassol passou de 500 kg/ha para 1.000 kg/ha.
A quase totalidade da área em Portugal é cultivada com variedades alto oléicas, cuja semente contém mais de 80% deste ácido gordo, reconhecido pelos seus efeitos benéficos na prevenção de doenças cardiovasculares e pela superior capacidade de conservação dos óleos alimentares seus derivados (menor oxidação).
A procura mundial de variedades alto oléicas cresce a uma ritmo de 8% a 10% ao ano, estimando-se que em 2020 existam na Europa mais de um milhão de hectares deste tipo de girassol, de acordo com as estimativas reveladas por Luis Carlos Alonso, responsável global da Syngenta para a cultura do girassol. “A diferenciação é o único caminho, através de variedades com maior valor acrescentado”, conclui este especialista, fazendo alusão aos preços baixos do óleo de girassol em 2016, que decorreu da superprodução na Rússia e na Ucrânia.
A Syngenta é líder mundial na venda de sementes de girassol e metade do girassol alto oleíco produzido a nível global deriva de variedades Syngenta, como a Oleko (a mais produzida em Portugal), a Talento (nova variedade, resistente a herbicidas e a todas as raças de míldio) e a Experto (ciclo médio, com resistência herbicida, resistente à raça E da orobanca e muito resistente ao míldio, expressa o máximo potencial em produtivo em sementeiras precoces).
Tecnologia Unistand
A Syngenta acaba de lançar na Península Ibérica a tecnologia Unistand, que consiste em pildorar as sementes de girassol, de forma a uniformizar o formato e o calibre das sementes, garantindo uma sementeira mais precisa e mais rápida, emergência mais homogénea da cultura e, consequentemente, mais kg/hectare.
Em Portugal, o aumento da produção de girassol foi impulsionado pela procura da indústria de óleos alimentares, nomeadamente por parte da Sovena, que na campanha passada transformou 700 mil toneladas de girassol na suas fábricas na Península Ibérica. Gonçalo Figueiredo, responsável do departamento agrícola da Sovena, traçou o panorama do mercado mundial do girassol, recordando que em 2016 ocorreu uma campanha recorde na UE– 47 milhões de toneladas. Na opinião deste especialista, aguarda-se para 2017 “uma boa campanha de oleaginosas, devido ao défice na oferta global de óleos vegetais, causado pela redução da produção de óleo de palma e colza em 2016, e ao aumento da procura de matérias-primas para produção de biodísel”.
Agricultura e Mar Actual