A Syngenta, em parceria com o Ag-innov- Centro de Excelência da Sugal, o COTHN- Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional e o Smart Farm Colab, realizaram a 27 de Junho, em Vila Franca de Xira, um dia de campo sobre boas práticas de pulverização e calibração de pulverizadores na cultura do tomate indústria.
“O objectivo da Syngenta e das entidades parceiras neste projecto é formar os agricultores para uma aplicação segura e eficaz dos produtos fitofarmacêuticos, através da partilha de conhecimento sobre boas práticas de pulverização testadas em campo e validadas cientificamente”, afirma Nuno Zibaia, técnico gestor de conta cliente da Syngenta no Ribatejo.
Durante a jornada foram apresentados os resultados de um ensaio de pulverização realizado em 2021 numa seara de tomate do grupo Sogepoc, no campo de Vila Franca de Xira. O ensaio testou a eficácia de tratamentos anti míldio com dois volumes de calda (400L/ha e 300L/ha), à dose de fungicida recomendada no rótulo, usando bicos anti-deriva, e aplicação a diferentes horas do dia. Os tratamentos foram realizados 30 a 40 dias após a plantação do tomate.
Segundo uma nota de imprensa da Syngenta, concluiu-se que, nas condições meteorológicas de Vila Franca de Xira, a eficácia do tratamento mantém-se com o volume de calda de 300L/ha, com ganhos de eficácia na logística das operações (maior área tratada em menos tempo, menor consumo de combustível).
Os tratamentos realizados no início da manhã e ao final da tarde (quando a velocidade do vento é menor), garantem maior taxa de cobertura das plantas. Por outro lado, a redução da velocidade de avanço do tractor de 9 km/h para 7,5 a 8 km/h e a utilização de manga de ar na barra do pulverizador permitem uma maior uniformidade na distribuição da calda sobre o alvo a tratar.
“Este ensaio permite concluir que as condições meteorológicas e a velocidade de avanço são determinantes na eficácia da pulverização e que a redução de 25% no volume de calda não afecta a eficácia do tratamento anti míldio”, afirma Maria do Carmo Martins, secretária-geral do COTHN, acrescentando que os resultados do ensaio devem ser validados para outras zonas produtoras de tomate.
Pedro Nunes, técnico do Smart Farm Colab, aconselhou o uso de bicos de dupla fenda para uma pulverização mais eficaz na fase de maior desenvolvimento vegetativo da cultura, uma vez que permitem melhor cobertura do terço inferior das plantas. Já no caso de pulverizações realizadas em condições de vento e com maior velocidade de avanço, os bicos de indução de ar são os mais indicados para minimizar a deriva, devendo a barra de pulverização ser regulada a 50 cm do solo para uma distribuição mais uniforme da calda. Alertou também que é importante investir tempo na calibração dos pulverizadores para obter tratamentos mais eficazes.
Demonstração prática de calibração
O dia de campo incluiu uma demonstração prática de calibração de um pulverizador de barras numa parcela de tomate indústria, com pulverização com e sem manga de ar, e monitorização da taxa de cobertura a três alturas das plantas com papéis hidro sensíveis.
Por sua vez, Pedro Pinho, director agrícola da Sogepoc, empresa que produz 1450 hectares de tomate indústria em Portugal, considera que “este tipo de iniciativas são realmente importantes pela partilha de conhecimento com os técnicos do sector”, acrescentando: “a Syngenta e o COTHN fazem um trabalho extraordinário na área das boas práticas de pulverização”.
Os participantes receberam folhetos informativos sobre boas práticas de pulverização, incluindo fórmulas de cálculo para calibração de pulverizadores e a indicação de apps e sites que ajudam nestas operações. A jornada incluiu uma apresentação de Jordi Llop, investigador no Departamento de Mecanização Agrária da Universidade Politécnica da Catalunha, sobre boas práticas agrícolas para calibração em tomate indústria.
Agricultura e Mar