A Sonae integra o grupo de subscritores iniciais do manifesto lançado pela plataforma “Business for Nature” que exige uma acção rápida e colectiva para proteger os recursos naturais e reverter a deterioração da natureza. A iniciativa defende que sociedades saudáveis, economias resilientes e empresas prósperas necessitam de uma relação sustentável com a natureza e que os governos têm de adotar políticas ambiciosas que assegurem a conservação e o restauro dos ecossistemas naturais.
Cláudia Azevedo, CEO da Sonae (na foto), realça que “a natureza está a deteriorar-se a ritmos alarmantes e insustentáveis, pelo que a sua preservação e o restauro dos ecossistemas tem de ser uma preocupação global, traduzida em iniciativas concretas, de implementação imediata. Estamos perante um problema planetário em que todos temos que ser parte da solução”.
Política de sustentabilidade
A adesão ao manifesto enquadra-se na política de sustentabilidade da Sonae, que há mais de duas décadas integrou o Conselho Económico Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e que tem na protecção da natureza e da biodiversidade um dos eixos estratégicos.
“Este compromisso tem vindo a ser reforçado de forma contínua”, sendo de destacar a recente integração de Cláudia Azevedo no CEO Action Group encarregue de formular propostas concretas que contribuam para a implementação do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal da Comissão Europeia) no contexto da reativação económica da Europa pós-Covid, bem como na plataforma Champions for Nature do Fórum Económico Mundial, que tem como objectivo travar a perda de biodiversidade até 2030. Cláudia Azevedo co-lidera com Svein Tore Holsether, presidente e CEO da Yara International, o trabalho de um conjunto de multinacionais que se propõem repensar o uso da terra e dos oceanos para fins da produção agrícola, fomentando um uso mais sustentável dos recursos naturais.
Call to action “Business for Nature” junta 32 multinacionais e pede acção dos governos
O manifesto da plataforma “Business for Nature” integra inicialmente um conjunto de 32 empresas, onde, para além da Sonae, estão multinacionais como Walmart, Carrefour, EDF, Suzano, Unilever, Nespresso, Danone, AEON, Axa, Rabobank, Tencent, AngloAmerican, entre outras.
A preocupação com a natureza já está incorporada nas decisões estratégicas e tácticas de muitas destas empresas, e materializa-se, nomeadamente, no uso sustentável dos recursos naturais ao longo das suas cadeias de valor, na promoção da criação de empregos “limpos” e no desenvolvimento de produtos mais sustentáveis.
Agora, estes esforços precisam ser ampliados e complementados por uma política governamental ambiciosa e transformadora, de acordo com o que a ciência considera ser necessário para garantir que vivemos dentro dos limites que asseguram o funcionamento seguro e harmonioso do planeta.
Na Sonae, “a protecção da natureza e da biodiversidade é estratégica pelo que, em conjunto com os fornecedores e parceiros, tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas que fomentam a criação de cadeias de abastecimento responsáveis, contribuindo para a protecção dos ecossistemas e a preservação dos recursos naturais”, realça um comunicado da empresa.
Paralelamente, as várias empresas Sonae têm promovido a “adopção de padrões de consumo mais sustentáveis junto dos seus clientes, não só através de acções de informação e sensibilização, mas também pela disponibilização de uma maior oferta de produtos e serviços com menor pegada ecológica”.
Natureza está num ponto crítico e mais de metade do PIB mundial também
Apesar de serem fundamentais para a economia e para a vida em sociedade, os recursos e ecossistemas naturais estão sob enorme pressão. Segundo a Business for Nature, mais de metade do PIB mundial – 44 triliões de dólares em valor económico – está exposto, moderada ou severamente, a riscos associados à depleção de recursos naturais.
Call to action pode ser assinado por qualquer empresa
Dada a magnitude dos desafios actuais, a Business for Nature defende uma acção concertada entre governos e empresas de forma a travar a perda da biodiversidade nos próximos 10 anos.
Todas as empresas e instituições que actuem de acordo com a protecção da natureza e da biodiversidade, podem e devem demonstrar o seu compromisso subscrevendo o manifesto (aqui). O objectivo é chegar ao maior número possível de subscritores, demonstrando aos decisores a necessidade de medidas imediatas de protecção e recuperação da natureza.
O lançamento da iniciativa foi realizado na conferência “Building business resilience: How collective leadership will reverse nature loss”, que reuniu mais de 3.300 líderes, governantes e especialistas de todo o Mundo, tendo sido organizada pelo Fórum Económico Mundial, Conselho Económico Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), ICC, Global Compact das Nações Unidas, IUCN e Business for Nature.
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