A escassa precipitação registada na Primavera e a diminuição/ausência de adubações de cobertura (devido ao extraordinário aumento dos preços dos fertilizantes) afectaram o desenvolvimento vegetativo das pastagens e forragens, originando uma diminuição entre 20% a 80% na biomassa destinada à alimentação dos efectivos pecuários, sendo a maior quebra observada nos concelhos do Norte Alentejano e do Baixo Alentejo.
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Agosto de 2022, do Instituto Nacional de Estatística (INE), as necessidades de suplementação dos efectivos animais em regime extensivo com fenos e silagens aumentaram, o que, conjugado com a menor produção de alimentos conservados, tem causado constrangimentos nas explorações agropecuárias.
Julho extremamente quente e muito seco
O mês de Julho caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente quente e muito seco. Julho de 2022 foi o mais quente desde 1931, com um valor da temperatura média (25,1°C) superior em 3,0°C à normal 1971-2000.
No período entre os dias 7 e 17, excepcionalmente quente, destacaram-se, de entre vários fenómenos extremos, o novo máximo histórico de temperatura em Julho (47,0°C em Pinhão, no dia 14), o dia mais quente de 2022 (a média das temperaturas máximas no território continental foi de 40,0°C no dia 13) e o registo de dias muito quentes (temperatura máxima superior a 35,0°C) nos dias 8, 9, 12, 13 e 14.
De assinalar ainda a ocorrência de uma onda de calor em quase todo o território continental (excepto nas regiões do litoral), que em Santarém teve a duração de 16 dias (entre os dias 2 e 17).
Quanto à precipitação, o valor médio foi de 3,0mm, o que corresponde a apenas 22% do valor normal (1971-2000) e posiciona este Julho como o quarto mais seco desde 2000. De notar que não se registou precipitação significativa nas estações meteorológicas situadas a sul do Tejo, bem como nas dos distritos de Castelo Branco, Leiria, Santarém e Lisboa.
Agricultura e Mar