Os nutricionistas colocam a debate a importância da literacia nutricional do consumidor, na próxima quarta-feira, dia 26 de Fevereiro. O seminário “Escolhas informadas: Literacia nutricional do consumidor” tem a assinatura da Ordem dos Nutricionistas e decorrerá no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa, a partir das 9h30.
A Ordem dos Nutricionistas alerta que cerca de 40% dos portugueses não sabe ler rótulos e que a Direcção-Geral de Saúde (DGS) recomendou ao Governo, em Dezembro de 2019, a adopção de um sistema de rotulagem simples e único que ajude os consumidores a fazerem escolhas mais saudáveis. Os nutricionistas defendem um único sistema interpretativo de rotulagem nutricional a implementar em Portugal.
“Se no passado havia falta de modelos interpretativos no mercado português, actualmente verificamos que as marcas e as cadeias de distribuição têm diferentes modelos, o que pode gerar confusão entre os consumidores. Os governos de vários países europeus apoiam publicamente um modelo único de rotulagem nutricional de carácter interpretativo na frente da embalagem, implementando-a como parte dos programas nacionais de promoção da alimentação saudável. O nosso Governo ainda não foi capaz de tomar uma decisão firme sobre este tema.”, afirma Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
Rotulagem nutricional
A rotulagem nutricional é um dos assuntos em cima da mesa neste seminário e será debatido por Francisco Goiana da Silva, da Organização Mundial da Saúde e presidente do Health Parliament Portugal, e por Maria João Gregório, directora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.
A importância da literacia alimentar e nutricional terá também destaque com Felisbela Lopes, da Universidade do Minho, Pedro Graça, da Universidade do Porto, e António Pedro Mendes, do Futebol Clube do Porto, a liderarem o assunto.
Também a restauração, a distribuição, a agricultura e a indústria alimentar são sectores chamados para a discussão que pretende clarificar compromissos, tendências e desafios.
O último painel do seminário apela à acção governativa, contando com a participação do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, do secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Tiago Russo, e do secretário de Estado da Saúde, António Sales (a confirmar).
Nem toda a informação é fidedigna
Para Alexandra Bento “cada vez há mais informação sobre alimentação, mas nem toda é fidedigna e os portugueses continuam a apresentar insuficiente literacia alimentar, com dúvidas sobre o que comer, como interpretar os rótulos ou como cozinhar de forma mais saudável. É preciso um maior investimento em acções de educação alimentar, persistentes e impactantes, para uma maior literacia alimentar e, consequentemente, escolhas mais saudáveis”.
Recorde-se que a alimentação é um dos principais factores de risco modificáveis que mais contribui para a mortalidade e morbilidade dos cidadãos e que, segundo a DGS, em Portugal, os hábitos alimentares inadequados são o terceiro principal factor de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos.
Pode consultar o programa completo aqui.
Agricultura e Mar Actual