A produção renovável, em 2024, totalizou 36,7 TWh, o valor mais elevado de sempre no sistema eléctrico nacional, impulsionada pelo crescimento das instalações renováveis e pelas condições globalmente favoráveis verificadas. No conjunto, as renováveis abasteceram 71% do consumo nacional.
Segundo uma nota de imprensa da REN — Redes Energéticas Nacionais, 2024 foi, aliás, o segundo ano com maior consumo de sempre no sistema eléctrico nacional, apenas ultrapassado, em cerca de 2%, pelo máximo histórico ocorrido no ano de 2010. No ano passado, o consumo de energia eléctrica abastecido a partir da rede pública totalizou 51,4 TWh, com um crescimento de 1.3% face ao ano anterior (2,0% considerando a correcção dos efeitos temperatura e número de dias úteis).
Apesar de um final de ano com menor produção hídrica, o índice de produtibilidade hidroeléctrica situou-se em 1,16 (média histórica de 1). Nas eólicas, as condições foram também positivas com um índice anual de 1,06 (média histórica de 1), enquanto na solar as condições foram menos favoráveis com um índice de 0,94 (média histórica de 1).
As centrais hídricas e as eólicas tiveram pesos semelhantes no abastecimento do sistema nacional, com 28% e 27%, respectivamente, enquanto a fotovoltaica ficou próxima dos 10% e a biomassa dos 6%. Destaque para os crescimentos homólogos de 24% na produção hidroeléctrica e de 37% nas fotovoltaicas, que tiveram a maior cota de sempre no consumo nacional, devido à forte expansão desta tecnologia no sistema eléctrico nacional.
Gás natural
A produção não renovável, praticamente toda a gás natural, totalizou 5,1 TWh, o valor mais baixo desde 1979 (na altura com a produção não renovável essencialmente a fuelóleo), representando este ano apenas 10% do consumo. A produção a gás natural baixou a sua penetração, quer devido à crescente disponibilidade de energia renovável, mas também ao saldo importador, que em 2024 totalizou 10,5 TWh, o mais elevado de sempre no sistema eléctrico nacional, e que permitiu abastecer 20% do consumo nacional.
Em Dezembro, o consumo caiu 1,4% face ao mês homólogo do ano anterior, embora com correcção dos efeitos de temperatura e dias úteis se registe um ligeiro crescimento de 0,2%.
No mercado de gás natural, em 2024 o consumo totalizou 40,5 TWh, com uma forte redução de 17% face ao ano anterior, tratando-se do consumo anual mais baixo deste 2003. Se o segmento de produção de energia eléctrica manteve a tendência de redução dos últimos anos, com uma forte contracção de 56%, no segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, registou-se um crescimento homólogo de 2%, o primeiro registo positivo após quatro anos consecutivos de queda no consumo, adianta a mesma nota.
O aprovisionamento do sistema nacional em 2024 foi feito quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines, enquanto através da interligação com Espanha as entradas foram residuais. O gás descarregado em Sines teve origem fundamentalmente na Nigéria e nos Estados Unidos, que representaram, respectivamente, 53% e 41% do aprovisionamento nacional.
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