O Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata (PSD) quer saber “qual o estado de prontidão dos navios que compõem o dispositivo naval no território português, tendo em conta a missão atribuída a cada um deles”. E pergunta à ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, se “estava, no passado dia 11 de Março, o NRP Mondego em condições de navegar em total segurança para a embarcação e para a tripulação”.
Os deputados social-democratas, em perguntas entregues na Assembleia da República, perguntam ainda a Helena Carreiras se considera “aceitável que os meios navais, nomeadamente o NRP Mondego, sejam utilizados em condições de degradação tal que possam diminuir ou comprometer a sua capacidade operacional e a segurança do material e da tripulação”.
E se sabe a ministra “desde quando estão inoperacionais o motor de estibordo e um dos geradores de energia eléctrica do NRP Mondego”. Quanto ao sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo , perguntam se “está previsto algum melhoramento ou reparação para obviar que os óleos se acumulem nos porões do navio”.
Por outro lado, no documento entregue no Parlamento o PSD quer ainda saber “que missões desempenhou o NRP Mondego mesmo tendo estas avarias sido identificadas” e se “houve alguma outra missão que possa ter sido comprometida ou prejudicada pela sucessão de avarias que agora foi reportada”.
Atraso de 2.000 horas na revisão dos motores
“Existe já alguma previsão para a reparação do NRP Mondego, tendo em conta a gravidade das avarias assinaladas, nomeadamente o atraso de 2.000 horas na revisão dos motores com os problemas técnicos daí decorrentes?”. É outra das perguntas que o Grupo Parlamentar do PSD faz à ministra da Defesa Nacional.
Relembram aqueles deputados que, no passado sábado, dia 11 de Março, 13 militares (quatro sargentos e nove praças) do NRP Mondego, que se encontra na Madeira, “ter-se-ão recusado a embarcar para participar numa missão de acompanhamento de um navio russo em passagem pelas águas portuguesas, alegando falta de condições de segurança do navio da Marinha Portuguesa”.
E adiantam que “segundo fonte da Marinha, essa recusa levou a que o Mondego não cumprisse uma missão de acompanhamento de um navio russo a Norte da Ilha de Porto Santo”, afirmando ao mesmo tempo que os 13 militares em questão “não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respectivos”.
“Os militares que se recusaram a embarcar no NRP Mondego, decidiram, tal como avançaram à agência Lusa, tomar essa decisão face às graves limitações técnicas do navio que comprometiam a segurança do pessoal e do material, e às condições de mar previstas, considerando que não estavam reunidas as condições de segurança para o cumprimento da missão”, frisam aqueles deputados.
E lembram que, no caso concreto do NRP Mondego, “afirma a Marinha” que os navios de guerra “podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança” e que a avaliação das condições de segurança do navio cabe à linha de comando e à Superintendência do Material, enquanto unidade técnica responsável”, realçando que “as guarnições dos navios são treinadas para operar em modo degradado, estando preparadas para lidar com os riscos inerentes, o que faz parte da condição militar”.
“Ora, esta é uma situação que se afigura de grande gravidade tendo com conta a importância do papel da Marinha no patrulhamento das costas portuguesas para garantir a segurança dos nossos interesses marinhos e costeiros, neste caso concreto, na zona marítima da Madeira”, dizem os deputados do PSD.
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