O projecto bLueTIDE teve uma duração de dois anos, envolveu 541 crianças, 12 escolas e operou em 4 localizações distintas. Organizou 10 acções de formação para 140 professores e cumpriu o grande objectivo a que se propôs – fortalecer a ligação dos mais novos ao oceano, motivando-os conhecer e a contribuir para a conservação da zona rochosa entremarés.
O bLueTIDE chega agora ao fim mas não sem antes assinalar a data com um balanço dos resultados, uma visita prática na praia, e deixar dois manuais de apoio que prolongarão o trabalho no tempo, refere uma nota de imprensa dos responsáveis pelo projecto.
O evento de encerramento do projecto bLueTIDE está marcado para o próximo dia 11 de Julho, na Praia de Paço de Arcos, em Oeiras. Para além de um breve balanço sobre esta iniciativa, os convidados terão direito a uma visita guiada a uma das plataformas rochosas da praia, a que se seguirá uma divertida sunset party.
O projecto
O bLueTIDE é um projecto de educação e comunicação de ciência que teve como objectivo principal a promoção do conhecimento da zona rochosa entremarés. Nos últimos dois anos trabalhou com uma selecção de escolas distinguidas com o galardão Escola Azul, no litoral, a par de escolas sem galardão, localizadas a mais de 50km da costa. Todas as actividades previstas no projecto foram replicadas nos quatro conjuntos geográficos Figueira da Foz/Sardoal, Peniche/Vila Nova da Barquinha, Setúbal/Benavente e Sines/Évora.
Ao longo das diferentes iniciativas foram implementados três tipos de acções: acções de incentivo à colaboração entre ciência e educação, realizadas em parceria com escolas; acções de capacitação de docentes; e acções de sensibilização. Esta diversidade de opções teve como missão mobilizar três públicos-alvo distintos: alunos do 1º ciclo, docentes e o grande público.
“Com o bLueTIDE esperamos que as crianças e os docentes se tenham tornado agentes activos na conservação dos sistemas naturais”, começa Zara Teixeira, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e coordenadora do projecto, para quem o conhecimento das espécies e da respectiva dinâmica, a compreensão da sua importância e a percepção de como o ser humano influencia e se deixa influenciar pelo habitat, garantem tomadas de decisão informadas.
“De um ponto de vista geral, o projecto permitiu-nos perceber que tanto os professores como os alunos valorizam bastante o contacto com investigadores e que a disponibilização de informação científica numa linguagem adaptada e em formatos distintos dos que habitualmente se utilizam em sala de aula, é uma mais-valia para todos. Os alunos ganham maior motivação e interesse. Os professores ganham maior confiança ao abordar temáticas distintas e relevantes para o futuro dos seus alunos. Os investigadores vêm o seu trabalho reconhecido e útil para a sociedade”, continua a coordenadora do projecto.
Manual de formação para professores
Uma das grandes mais-valias do projecto é, precisamente, a de não se esgotar em si mesmo. A pensar na perpetuação do conhecimento e na renovação dos agentes activos, os investigadores envolvidos no bLueTIDE desenvolveram um manual de formação para professores e um livro de curiosidades. Ferramentas úteis que permitirão a outros docentes incluírem a temática na sua prática lectiva, e que outras crianças sejam sensibilizadas para a causa.
Com lançamento para breve, estes materiais e os respectivos conteúdos também serão abordados no próximo dia 11, na Praia de Paço de Arcos. Haverá, ainda tempo, para importantes revelações como o facto das crostas nas rochas poderem ser plástico e não uma espécie marinha, ou que o poluente TBT pode causar o desenvolvimento de um pénis nas fêmeas de alguns búzios do mar.
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