A campanha da cereja decorreu, desde o início do ciclo reprodutivo, na principal zona de produção (Cova da Beira), em condições meteorológicas adversas. O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima uma produção 60% inferior à da campanha anterior (cerca de metade da produção média dos últimos cinco anos).
Explica o INE, no seu Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2020 que, no dia 31 de Março, em plena fase de floração/polinização das variedades intermédias/de estação/tardias, ocorreu um forte nevão, que comprometeu o vingamento dos frutos com a deficiente polinização e limpeza da flor.
As semanas que se seguiram contribuíram para agravar a situação, com dias de temperaturas anormalmente baixas, formação de geada e intensa precipitação na primeira quinzena de Abril. Posteriormente, a intempérie de 31 de Maio, com chuvas, granizos e ventos fortes, provocou estragos em muitos dos frutos que tinham conseguido vingar e amadurecer.
Pouca mão-de-obra
As colheitas, que correram e estão a decorrer com equipas reduzidas de mão-de-obra (quer por razões sanitárias, quer por falta de fruto para colher), confirmam as previsões que apontam para uma produção 60% inferior à da campanha anterior (cerca de metade da produção média dos últimos cinco anos).
Os técnicos do INE referem ainda que a variabilidade anual da produção desta cultura é muito evidente, sendo que o principal factor para esta ocorrência são as condições meteorológicas ao longo do ciclo (e menos a alternância safra/contrassafra, mais frequente noutras fruteiras). Desde a campanha de 2000 até à presente, registaram-se cinco campanhas com produção inferior a 10 mil toneladas e outras cinco com produção superior a 17 mil toneladas.
Agricultura e Ma Actual