O director-geral da PineFlavour, Pedro Amorim, alerta para a incapacidade europeia em comunicar diferenças entre o pinhão mediterrânico e o chinês ou siberiano, facto que “tem prejudicado significativamente toda a fileira”.
“Embora o miolo de pinhão seja um produto com um elevado valor acrescentado, existia um reconhecimento tácito relativamente à suas características únicas, perante os seus consumidores. No entanto, nos últimos anos temos assistido à perda da identidade do pinhão mediterrânico com outros tipos de pinhão, como por exemplo o chinês e o siberiano”, refere o director-geral da PineFlavour, empresa que se dedica ao processamento de miolo de pinhão, em artigo de opinião publicado na 18ª edição do Millennium Agro News, dedicada à fileira da pinha e do pinhão.
E realça que “tratando-se de produtos oriundos de outras espécies de pinheiros com escalas de produção e processamentos completamente distintos, será sempre uma impossibilidade existir uma concorrência directa com estes produtos. A incapacidade europeia e mundial em diferenciar de forma expressiva estes produtos perante o consumidor final conduziu a uma constante quebra na procura do pinhão mediterrânico, que por consequência tem prejudicado significativamente toda a fileira”.
Sector em crise desde 2017
Segundo Pedro Amorim, “o sector do processamento das pinhas de pinheiros-mansos até à obtenção do miolo do pinhão em Portugal entrou numa crise profunda desde, sensivelmente, 2017. As principais causas do deterioramento deste sector, que contribuía fortemente para as exportações de Portugal, devem-se essencialmente à constante quebra de produção, à grande variabilidade de qualidade de matérias-primas, à incapacidade de se distribuir as maiores valias de forma equitativa por todos os intervenientes no sector e, principalmente, à indiferenciação comercial do pinhão mediterrânico face a outros tipos de pinhões com características organoléticas e nutricionais completamente distintas”.
Pode ler a 18ª edição do Millennium Agro News aqui.
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