O Partido Comunista Português (PCP) diz que “Portugal precisa de menos anúncios e mais investimento”. A posição foi marcada depois de hoje, 28 de Setembro, ter sido novamente anunciada a construção de uma ligação ferroviária entre Lisboa e Porto que realizaria a ligação entre essas duas cidades em 1h15.
“É uma infra-estrutura absolutamente estratégica para o País e para a rede ferroviária nacional, cuja construção o PCP vem reivindicando há dezenas de anos. É uma obra essencial ainda para libertar a via actual para uma oferta reforçada, quer urbana quer regional, e para dar sentido às ligações internacionais que a ferrovia pode e deve assegurar”, diz uma nota de imprensa do Gabinete de Imprensa do Partido Comunista Português.
Mas, salienta que “o que é completamente inaceitável é que o anúncio hoje feito já tenha sido feito em 2000 no último Governo PS com António Guterres, em 2004 no Governo PSD com Durão Barroso, em 2008 no Governo PS de José Sócrates e em 2020 já com este Governo PS e António Costa. Até o tempo de deslocação (1h15) e o investimento previsto (4,5 mil milhões de euros) não variam”.
“A conclusão da obra já esteve apontada para 2013, 2015, 2028 e agora 2030. É inaceitável que dezenas de milhões de euros tenham sido gastos em projectos e estudos cancelados, e muitos mais desperdiçados em fundos disponíveis e não utilizados e um valor incalculável perdido por falta desta infra-estrutura”, acrescenta a mesma nota.
Na verdade, dizem os comunistas, “enquanto os sucessivos governos anunciavam e não concretizavam esta obra verdadeiramente estratégica para o País, os comboios de Alta Velocidade da CP, capazes de circular a 220 Km/h, levavam e vão levar 2h48 minutos a fazer os 330 Km entre Lisboa e Porto devido às muitas restrições de circulação na infra-estrutura actual”.
Para o PCP, “as razões que levaram os sucessivos governos a prometer e não cumprir não só revelam falta de seriedade, como são inseparáveis da submissão às orientações da União Europeia, da prioridade ao défice sobre o investimento público, da ausência de políticas viradas para o desenvolvimento do País. O PCP, ao mesmo tempo que acompanhará a concretização de mais este anúncio, continuará a lutar por uma política de promoção do transporte ferroviário, incluindo na vertente de construção nacional de material circulante, e da sua articulação com o equilíbrio territorial e o desenvolvimento do País”.
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