O PAN – Pessoas-Animais-Natureza quer ouvir o ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, no Parlamento, com “carácter de urgência”, sobre a morte violenta de um touro na arena do Castelo de Monsaraz a 8 de Setembro. Os vídeos divulgados pela Plataforma Basta “mostram um ‘espectáculo’ bárbaro e cruel, onde um touro indefeso, amarrado pela cabeça foi golpeado de forma atroz por elementos indiferenciados da população que, a sangue frio, mataram o animal com facadas”, dizem os responsáveis pelo partido.
Esta situação levanta diversas questões e o PAN pretende que o ministro possa esclarecer no Parlamento as informações suportadas em elementos documentais (nomeadamente fotografias e vídeos) relativos a alegadas ilegalidades nos eventos tauromáquicos referentes aos touros de morte em Portugal.
“Crueldade e insensibilidade abissais”
“Este tipo de ‘espectáculos’ tauromáquicos implicam um nível de crueldade e de insensibilidade abissais, que ainda são mais chocantes pelo facto de nos vídeos expostos ser visível na assistência a presença de crianças”, realça o PAN.
Os vídeos, dizem os responsáveis pelo PAN, mostram a “brutalidade do evento, que mereceu o licenciamento da Inspecção Geral das Actividades Culturais ao abrigo do nº 4 do artigo 3º da Lei 92/95 de 12 de Setembro na redacção dada pela Lei nº 19/2002 de 31 de Julho, em virtude de um regime de excepção com base na ‘tradição’, situação que se aplica em Barrancos e Monsaraz”.
Eventos “claramente ilegais
Para além disso, adianta o PAN em comunicado, estas festividades com touros de morte em Monsaraz incluíram eventos “claramente ilegais: dois ‘encerros para crianças’ e uma ‘aula prática de toureio’ com alunos de escolas de toureio portuguesas”.
Estas situações foram denunciadas à IGAC e à Comissão Local de Protecção das Crianças e Jovens, “sem que estas entidades se tenham pronunciado sobre as manifestas ilegalidades invocadas”, garante o mesmo comunicado.
“A esta realidade acresce o facto, de alegadamente, não ter estado presente nenhum veterinário nem qualquer inspector da IGAC que pudessem aferir do cumprimento da legislação”. Para o PAN a violência das imagens “ilustra uma realidade anacrónica em que os animais utilizados nas touradas em Portugal são sujeitos a um tratamento bárbaro e indigno de um País civilizado”.
Pode ver o vídeo em causa aqui.
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