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PAN defende manutenção do achigã na Lista Nacional de Espécies Invasoras

A deputada única do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, recomenda ao Governo a manutenção da espécie Micropterus salmoides (Achigã) no Anexo II da Lista Nacional de Espécies Invasoras e que, em conjunto com a comunidade científica e organizações não governamentais, proceda ao levantamento da espécie nos rios portugueses e desenvolva uma estratégia para minimizar os danos na biodiversidade nativa.

Segundo Inês de Sousa Real, no seu Projecto de Resolução 427/XV/1 entregue na Assembleia da República, o achigã trata-se “de uma espécie exótica, considerada predadora e que preocupa bastante a comunidade científica, ao colocar em causa o equilíbrio natural dos ecossistemas piscícolas, com naturais danos para outras espécies nativas”.

E adianta que “por ser uma espécie de interesse para os praticantes da pesca desportiva, o achigã continua a ser introduzido ilegalmente nos nossos rios e albufeiras, ignorando os danos para o ambiente e os alertas de biólogos e outros especialistas”.

A deputada única do PAN realça ainda que “o achigã, sendo uma espécie predadora, alimenta-se de outros peixes nativos, que são cada vez menos frequentes nos rios portugueses. Cada fêmea desta espécie pode produzir entre 10 a 11 mil ovos, pelo que a sua proliferação é preocupante. Além dos elevados danos nos habitats e no declínio da biodiversidade nativa, a proliferação de espécies exóticas acarreta elevados danos financeiros”.

“Pressão dos pescadores”

Para Inês de Sousa Real, “tem existido pressão por parte de pescadores e associações de pesca para que o achigã deixe de ser considerado uma espécie exótica e passe para a lista de excepções, por se tratar de uma espécie interessante para a prática da pesca e para a gastronomia, ignorando assim os seus malefícios e riscos associados”.

No entender do PAN, “a exclusão do achigã da lista de espécies exóticas compromete também a Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade para 2030”.

E acrescenta aquela deputada que “esta espécie foi oficialmente introduzida em Portugal para desenvolver a pesca desportiva no Sul do País em 1952. Inicialmente, foi introduzido na bacia hidrográfica do Sado, posteriormente no Rio Tejo, na zona de Coruche e tornou-se comum no Rio Guadiana a partir da década de 1960. Actualmente, segundo os especialistas, encontra-se fora de controlo, estando espalhada por todo o País, principalmente em albufeiras de barragens”.

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