O projecto “Transformação de Variedades de Maçãs Tradicionais”, foi o vencedor, a nível regional, da primeira edição do Orçamento Participativo Portugal (OPP), com 221 votos.
O projecto, apresentado por Manuel Oliveira, para a Área Metropolitana de Lisboa, propõe-se, através da transformação “apaixonada” de fruta com qualidade de variedades tradicionais, contrariar a desertificação da agricultura do mundo rural, acrescentando valor à actividade agrícola, permitindo uma maior fixação da população rural e dinamizando também outras actividades conexas.
O proponente prevê arrancar com o projecto daqui por seis meses, com um período para implementação de 24 meses. O custo estimado do projecto é de 70.000 euros.
Luta contra incêndios
Outro dos projectos premiados, a nível regional, foi o “Fogo Frio: a ciência ao serviço da prevenção de incêndios”, apresentado por Maria João Horta Parreira, que explica que “os incêndios e os seus efeitos constituem um dos maiores desafios em Portugal. Este é um projecto de prevenção de incêndios, tendo por base técnicas ancestrais, como é o caso do Fogo Frio”.
“Estamos a falar de uma técnica tradicional, amiga do ambiente, sustentável, bem conhecida dos agricultores, mas que envolve riscos consideráveis se for mal conduzida. Para uma generalização adequada destas técnicas é necessário desenvolver um projecto que responda às especificidades de cada região do País”, acrescenta Maria João Horta Parreira.
O projecto Fogo Frio tem duas dimensões. A primeira é a investigação das técnicas mais adaptadas a cada contexto específico, paisagem e ocupação humana. Esta investigação deve ser conduzida de modo participado, com o envolvimento dos principais interessados, nomeadamente agricultores, pastores ou proprietários, numa lógica de ciência cidadã. Segundo, a dimensão de comunicação de ciência e de formação de adultos, de forma a divulgar de modo sistemático os avanços do conhecimento a comunidades cada vez mais alargadas.
A dimensão científica do projecto deverá ser assegurada por unidades de investigação, especialmente nas áreas das florestas, ecologia e gestão do fogo. Desta investigação resultará um roteiro para potenciar a aplicação eficaz do fogo como ferramenta da gestão agro-florestal, numa óptica de prevenção dos incêndios.
No caso específico da Região de Lisboa e vale do Tejo, o projecto identificou duas zonas críticas em matéria de incêndios. Na margem Sul, Arrábida, Palmela, Azeitão e Sesimbra. Na área metropolitana de Lisboa, o concelho de Sintra. Orçamento deste projecto é de 22.360 euros, com uma duração de fase prévia de 6 meses e uma duração total do projecto de 12 meses.
Agricultura e Mar Actual