A Fundação Oceano Azul, o Oceanário de Lisboa, o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Marinha Portuguesa arrancam hoje, 7 de Setembro, para uma expedição ao monte submarino Gorringe, a montanha mais alta da Europa Ocidental. Entre 7 e 28 de Setembro, 26 cientistas reunirão informação científica que servirá de base à implementação de medidas de protecção deste hotspot de biodiversidade único.
Na cerimónia, estão confirmadas as presenças do chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, da ministra do Ambiente, o chefe do Estado-Maior da Armada, e da secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão. O evento terá lugar na Marina Parque das Nações, Cais Adamastor, de onde partirá o Santa Maria Manuela com toda a equipa que vai participar na operação. O evento tem início marcado para as 10h30.
A Expedição Oceano Azul Gorringe cobrirá a área deste monte submarino, com 220 km de comprimento e 80 de largura, localizado na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Portugal continental e que, com cerca de 5.000 metros de altura, é a maior montanha da Europa Ocidental. A bordo do histórico navio Santa Maria Manuela e de dois veleiros estarão 26 cientistas.
Esta iniciativa surge no contexto da necessidade de conhecer e proteger o património natural do País, respondendo às políticas nacionais, europeias e internacionais de protecção e gestão sustentável do oceano, refere uma nota de imprensa dos promotores da expedição.
Esta expedição permitirá consolidar e alargar o conhecimento científico sobre este oásis do Atlântico, reunindo informação científica relevante para servir de base à gestão desta importante área da Rede Natura 2000 e à sua implementação como Área Marinha Protegida, acelerando o cumprimento da meta 30×30 por Portugal, acrescenta.
Montanha subaquática Gorringe
Localizado a 200 quilómetros da Ponta de Sagres, a sudoeste de Portugal continental, a montanha subaquática Gorringe é considerada uma zona prioritária para a conservação na Europa, pela sua riqueza biológica. No Gorringe estão presentes diversos habitats, desde zonas mais perto da superfície cobertas de florestas de algas até ao mar profundo, onde existem jardins de corais de águas frias e campos de esponjas.
Esta montanha é um íman de vida marinha no Atlântico, onde também se concentram grandes cardumes de peixes e tubarões e que está na rota migratória de mamíferos marinhos como baleias e golfinhos bem como de tartarugas. Estudos anteriores recolheram evidências desta singularidade e elevado valor ecológico, mas também da sua vulnerabilidade, reportando cerca de 850 espécies, incluindo espécies ameaçadas.
Esta expedição reunirá uma equipa de investigadores nacionais e internacionais, utilizando uma grande diversidade de metodologias científicas e tecnologias com o objectivo de avaliar o estado de conservação do ambiente marinho e produzir um relatório científico que sintetize os valores biológicos e ecológicos desta área de grande importância para a conservação do oceano. Pretende-se que os resultados desta expedição venham a apoiar recomendações de medidas de conservação e gestão a implementar neste oásis oceânico.
Com os dados e imagens recolhidos, será produzido um relatório científico, que contribuirá para o diagnóstico do estado de saúde e valor ecológico desta montanha do país. Utilizando essa informação, será possível adotar as melhores medidas de gestão para proteger e valorizar o capital natural azul. Para além deste relatório científico, será produzido um documentário que mostre a todos os portugueses as riquezas deste património subaquático.
Agricultura e Mar