A The Navigator Company registou um lucro líquido de 137,4 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2023, alcançando o segundo melhor primeiro semestre da história da empresa. O montante total de investimentos ascendeu a 113 milhões.
“A mobilização da empresa e das suas equipas é especialmente importante numa altura em que para além da necessidade de gestão numa conjuntura de mercado adversa, a Navigator continua a implementar com confiança os seus projectos de investimento em programas de crescimento e de diversificação”, refere uma nota de imprensa da empresa.
No primeiro semestre de 2023, o montante total de investimentos ascendeu a 113 milhões de euros, o que compara com 34 milhões no período homólogo. Cerca de 62% do investimento total do 1º semestre, correspondentes a 69 milhões de euros, “integram investimentos em melhorias ambientais ou de cariz sustentável”, acrescenta a mesma nota.
Papéis de impressão e escrita com forte resiliência
Depois de um ano de 2022 marcado por uma anormal escassez de oferta papeleira na Europa, sobretudo na primeira metade do ano, com consequente volume anormal de encomendas, a normalização das condições de mercado, condicionou fortemente o sector no primeiro semestre de 2023, “tendo-se assistido à continuação do processo lento de redução dos stocks acumulados em toda a cadeia de distribuição, ao longo do ano transacto”.
“Este desequilíbrio afectou significativamente a procura em todos os segmentos de papel, à excepção do segmento de tissue. Condicionado pelo actual contexto de abrandamento económico, o processo de destocking está a demorar mais do que o antecipado”, explica a mesma nota.
Neste contexto, a The Navigator Company registou uma taxa de utilização média da produção de papeis de impressão e escrita no semestre de 75%, que compara com 67% da média dos concorrentes. Num contexto global de forte queda de procura aparente (-10%), os papeis de impressão e escrita continuam a ser os mais resilientes, tendo registado um decréscimo de 5%, o que compara com os papéis CWF que caíram 17%. Os papéis com fibra obtida por via mecânica também registaram uma expressiva queda de 19%.
A Navigator conseguiu manter um nível de preços e um foco nas marcas de fábrica e segmentos premium de produto, que permitiu compensar parcialmente o decréscimo de volumes, situando-se o valor das vendas cerca de 23% abaixo do período homologo. De destacar que as marcas de fábrica representaram 81% das vendas do semestre (vs média de 65% registada no período 2012-2021). A quota de produtos premium mantém-se elevada, nos 58%, comparando com a média histórica.
Tissue com forte crescimento
Quanto ao volume de vendas de tissue no primeiro semestre registou um aumento de 20% face ao período homólogo, tendo a evolução favorável dos preços potenciado um valor das vendas de cerca de 50%.
O crescimento do valor de vendas de produto acabado deu-se sobretudo através do canal At Home, impulsionado pela captação de novos clientes e reforço da posição na base pré-existente, e através do aumento das exportações sobretudo para França e Espanha.
“O foco na inovação e na diferenciação de produto continua a permitir à Navigator reforçar a sua presença junto dos clientes, especialmente com recurso à marca de fabricante, que no 1º semestre de 2023 apresentou um crescimento de 26% do volume de vendas e de 5% do número de clientes activos, versus período homólogo de 2022”, realça a mesma nota.
A empresa decidiu também inovar na gestão do relacionamento com o canal de distribuição, tendo no 1º semestre alargado a sua plataforma de comércio electrónico ao negócio tissue, a qual cativou mais de 25% do número total de clientes e 12% do volume de vendas tissue no período.
Clube de Produtores Florestais
Foi também neste primeiro semestre que a Navigator desenvolveu o Clube de Produtores Florestais da Navigator, instrumento “pioneiro e único para reforçar a relação com os seus parceiros e assegurar um importante contributo para o aumento significativo da produtividade e da produção nacional de madeira através da extensão de práticas de gestão sustentáveis e activas na floresta portuguesa”.
Esta iniciativa nasce da “determinação da empresa na defesa do mundo rural e dos agentes da fileira florestal, contribuirá, em simultâneo, para a diminuição do risco de incêndio – zonas de eucaliptal gerido apresentam uma incidência de área ardida 4x vezes inferior a zonas de matos e incultos – e emissões de CO2 associadas, bem como para maior captura de carbono, mais serviços de ecossistema gerados e maior distribuição de riqueza por todo o País”, adianta a mesma nota.
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