O concelho do Seixal é um dos três concelhos do País, juntamente com os municípios da Maia e de Oeiras, que apresentaram, em 2022, a maior taxa de recolha de óleos alimentares usados de origem doméstica, sendo a taxa do Seixal de 0,22 litros por habitante/ano, segundo um estudo realizado pela associação ZERO.
Ainda acerca desta estatística, relativamente ao número de habitantes por oleão, o município do Seixal também se destaca pela positiva, ocupando o 3.º lugar a nível nacional com 1 .82 habitantes por oleão. Refira-se também que, em Maio de 2023, a revista Ambiente Magazine colocava o Seixal como o primeiro município, a nível nacional, com a maior taxa de recolha acumulada de óleos alimentares usados, conseguindo, em 4 anos, evitar a emissão de 393 toneladas de dióxido de carbono (CO2) para o meio ambiente, graças ao conjunto de 84 oleões espalhados por todas as freguesias, refere uma nota de imprensa da autarquia.
Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, mostra-se bastante satisfeito com estes números, mas refere que não são obra do acaso. “Fomos expandindo, ao longo dos anos, a rede de equipamentos desta natureza, criando uma imagem e uma comodidade bastante atractivas, sempre acompanhadas de acções de sensibilização aos cidadãos. Estes factores revelaram-se fundamentais para os excelentes resultados alcançados, não obstante ter-se verificado uma mudança de hábitos alimentares que explica a redução da entrega de óleos alimentares usados nos últimos anos. Actualmente, o nosso principal objectivo é dar continuidade à gestão optimizada da rede de recolha de óleos alimentares usados, tendo em vista a recuperação do potencial da captura deste resíduo, constituindo uma das medidas previstas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 do Município do Seixal”.
Rede de 84 oleões
A Câmara do Seixal dispõe, actualmente, de uma rede de 84 oleões, dispersos por toda a área municipal, rede esta que será expandida para 128 oleões durante o segundo semestre deste ano. O Seixal dispõe de serviço de recolha deste fluxo de resíduos desde 2009, ano em que lançou o seu projecto Óleo a Reciclar, Biodiesel a Circular, no âmbito do qual convertia os óleos alimentares usados recolhidos em biodiesel, utilizando-os, posteriormente, nalgumas viaturas da frota municipal.
Estatisticamente, desde 2021, o concelho do Seixal já recolheu, aproximadamente, 116,50 toneladas de óleos alimentares usados, distribuídos da seguinte forma: em 2021, 41 toneladas; em 2022, 36 toneladas; em 2023, 31 toneladas; no 1.º trimestre 2024, 8,5 toneladas (estimativa anual para 2024: 34 toneladas).
No relatório elaborado pela associação ZERO, conclui-se que os municípios com pior rácio de habitante por oleão apresentam menores quantidades de litros recolhidos por habitante. Os maiores problemas registados são os roubos de óleos alimentares usados (38,8%), seguindo-se a contaminação e o número insuficiente de oleões (14,3%). A ZERO refere ainda que, além da recolha através dos oleões, estes óleos podem também ser recolhidos através de um sistema de recolha porta a porta a pedido.
Segundo a ZERO, “estes óleos são uma matéria gordurosa que, quando não é recolhida selectivamente, é descarregada nas redes de esgotos, acabando por prejudicar o funcionamento dessas redes e das estações de tratamento de águas residuais. Por outro lado, os óleos, depois de recolhidos selectivamente, podem ser utilizados na produção de biodiesel, um substituto do gasóleo”.
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