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Movimento nos portos cai 6,4% até Outubro. Sines representa 92,2% do total das perdas

O movimento nos portos portugueses caiu 6,4% até Outubro de 2019. O Porto de Sines representa 92,2% do total das perdas, devido a várias greves, divulga a AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, no seu Relatório de Acompanhamento do Mercado Portuário – Outubro 2019.

Os portos comerciais do continente movimentaram até Outubro de 2019 cerca de 72,9 milhões de toneladas, um total global de perdas de quase -5,7 milhões de toneladas, das quais Sines é responsável por 92,2% das perdas.

Adianta o mesmo relatório que Viana do Castelo, Leixões e Aveiro são os únicos portos a apresentar um comportamento positivo no período em análise, com Leixões e Aveiro a registar as suas melhores marcas de sempre.

Apesar de tudo, Sines mantém a liderança do segmento dos contentores, com uma quota correspondente a 52,1% do total.

Sinais de recuperação

Segundo o Relatório de Acompanhamento do Mercado Portuário – Outubro 2019, apesar do mês de Outubro, isoladamente, ter dado sinais de recuperação, face a Outubro de 2018, ao apresentar um acréscimo de +1,7%, no conjunto dos primeiros dez meses do ano de 2019, os portos do continente movimentaram um total de cerca de 72,9 milhões de toneladas de carga, valor inferior em -6,4% face a igual período de 2018.

Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentaram um desempenho positivo, num total de +665,4 mil toneladas, não conseguindo, mesmo assim, anular o desempenho negativo dos restantes portos, que totalizam um global de cerca de -5,7 milhões de toneladas.

Greves afectam Sines

Sines é um dos principais responsáveis pelo desempenho negativo, com quebras de quase -6,9 milhões de toneladas nos mercados da carga contentorizada (devido às perturbações laborais observadas no Terminal XXI), carvão e Petróleo Bruto (devido à redução da importação destes combustíveis, a que o encerramento temporário programado da central termoeléctrica e da refinaria para manutenção não foram alheios).

Conforme referido anteriormente, os portos de Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentam um desempenho positivo, com variações homólogas de +21,9%, +3,5% e +1%, respectivamente. De salientar que Leixões e Aveiro atingem as suas melhores marcas de sempre com 16,5 e 4,6 milhões de toneladas, respectivamente.

Os restantes portos apresentam comportamentos negativos que se reflectem num total de perdas de quase -5,7 milhões de toneladas, como referido anteriormente, sendo Sines responsável por 92,2%, ou seja, -5,2 milhões de toneladas, correspondente a -13%. Lisboa, Figueira da Foz e Setúbal registam quebras de cerca -1,9%, -7,3% e -1,9%, respectivamente.

Mas, Sines continua a liderar

O Porto de Sines continua a liderar no movimento global portuário, não obstante os recuos verificados nos últimos meses, com uma quota de 47,8% (-3,6 pontos percentuais face ao que detinha no período homólogo de 2018), seguido de Leixões (22,6%), Lisboa (13%), Setúbal (7,4%) e Aveiro (6,4%).

Entre Janeiro e Outubro de 2019, o movimento de contentores registou uma quebra global de -8% no volume de TEU, apresentando um movimento que ultrapassa ligeiramente os 2,3 milhões de TEU. Este desempenho é explicado pelo desempenho negativo de Sines e Setúbal (-17,5% e -2,5%, respectivamente) e positivo de Leixões, Lisboa e Figueira da Foz (+6,2%, +6,4% e +6,9%, respectivamente). Particular  destaque para Leixões que regista a melhor marca de sempre nos períodos homólogos, ao movimentar 578 896 TEU.

Tráfego de transhipment em Sines

Importa recordar o peso que o tráfego de transhipment representa no volume de contentores movimentados em Sines, que, apesar de ter vindo a diminuir nos últimos meses, acumulando em Outubro uma redução de -28%, ainda representa 68,2% do total no porto. Por outro lado, o volume de TEU com origem e destino no hinterland do porto regista um crescimento de +19,8%.

Não obstante do seu comportamento negativo, Sines mantém a liderança neste segmento de mercado, com uma quota de 52,1%, inferior em -6 pontos percentuais à que registava no período homólogo de 2018, seguido por Leixões, com 25,1%, Lisboa com 16,9%, Setúbal com 5,1% e Figueira da Foz com 0,8%.

Movimento de navios

No que respeita ao movimento de navios, comparativamente ao período Janeiro-Outubro de 2018, os dez primeiros meses de 2019 observaram um acréscimo de +0,4% no número de escalas (8.984 escalas) e uma diminuição no volume de arqueação bruta de -0,8% (para cerca de 171,5 milhões). Os portos de Viana do Castelo, Douro e Leixões e Lisboa foram os únicos portos que registaram um crescimento no número de escalas de, respectivamente, +14,6%, +0,7% e +7,2%.

Após o movimento de Outubro, os portos de Douro e Leixões e de Lisboa apresentam quotas quase idênticas no número de escalas, com, respectivamente, 24,4% e 24,2%, seguindo-se Sines (19,7%), Setúbal (14,4%) e Aveiro (9,9%).

Operações de embarque

As operações de embarque entre Janeiro e Outubro de 2019 foram profundamente influenciadas pelas quebras nos volumes de carga contentorizada e produtos petrolíferos expedidas no Porto de Sines, que registaram reduções de -1,9 milhões de toneladas (-19,4%) e -1,1 milhões de toneladas (-20,1%), respectivamente, representando, no seu conjunto, 80,5% do total das quebras registadas nos vários mercados. Das variações positivas, destaca-se a carga contentorizada em Leixões e os minérios em Setúbal que registam, respectivamente, +321,1 mil toneladas e +70,9 mil toneladas.

Operações de desembarque

No que diz respeito às operações de desembarque, destacam-se as variações positivas dos produtos petrolíferos em Sines, com acréscimos de +2,5 milhões de toneladas (+58,9%), representando 70,4% do total das variações positivas. Com menor expressão, os outros granéis líquidos em Sines registam também um acréscimo de pouco mais de +207,3 mil toneladas.

A carga contentorizada (-2,2 milhões de toneladas), o petróleo bruto (-1,6 milhões de toneladas) e o carvão (-1,2 milhões de toneladas) em Sines contribuíram para as variações negativas registadas nestas operações, representando, no seu conjunto, 85,9% do total das quebras.

Portos exportadores

Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 63,3%, 69,6%, 54,1% e 100%, respectivamente.

No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 15,1% (10,1% destes respeitam a Setúbal).

Pode ler o relatório completo aqui.

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