A Rússia começou ontem a destruir produtos alimentares europeus e norte-americanos que estão sob embargo, na sequência da crise da Ucrânia. Esta destruição está em curso, por decreto do Kremlin e apesar de protestos da sociedade civil e das personalidades de todos os quadrantes políticos.
Há quase um ano, a Rússia proibiu a importação da maioria dos produtos alimentares de países que os punem pelo seu suposto papel na crise ucraniana. Esta decisão afecta particularmente o sector agrícola europeu.
Anteriormente, os produtos alimentares que chegavam à Rússia provenientes da Europa ou dos Estados Unidos eram simplesmente devolvidos ao seu país de origem, na alfândega. Agora passam a ser destruídos no local pelas autoridades. Os produtos podem ser apreendidos na fronteira ou nas lojas.
A agência de saúde russa Rosselkhoznadzor anunciou na manhã de ontem uma primeira entrada de 73 toneladas de pêssegos e nectarinas na fronteira com a Bielorrússia. Os frutos terão transitado através da Turquia ao abrigo de um certificado falso, pelo que serão destruídos.
Um motorista, que transportava 1,5 toneladas de tomates, com controlo de certificação na fronteira, ficou com medo e voltou para a Bielorrússia, segundo a agência Ria Novosti.
A primeira destruição de 114 toneladas de carne de porco europeu embargado teve lugar terça-feira em Samara como uma demonstração da determinação das autoridades.
Quarta-feira, personalidades de todo o espectro político russo manifestaram-se contra a destruição daqueles alimentos, pedindo a sua redistribuição aos mais necessitados.
Agricultura e Mar Actual