O ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação de Espanha, Luis Planas, garantiu ontem, 12 de Novembro, que o país intensificará os esforços junto das instituições europeias para que as chamadas “cláusulas espelho” sejam aplicadas nas relações comerciais com países terceiros.
Isto implica que os produtos importados devem cumprir as mesmas condições de produção que se aplicam na União Europeia às suas próprias produções, em termos de segurança alimentar e preservação do ambiente.
Segundo uma nota de imprensa do governo espanhol, o ministro insiste que a Europa deve caminhar na direcção da reciprocidade para que os passos rumo à transição agroecológica sejam bem-sucedidos e a rentabilidade do sector agroalimentar comunitário seja mantida.
A estratégia europeia “Do Prado ao Prato” estabelece padrões nas condições de produção que significam um compromisso com a luta contra as alterações climáticas e a preservação do meio ambiente, e, segundo Planas, “é absolutamente lógico que os produtos que são importados devem cumprir as mesmas condições. Para a Espanha é uma questão prioritária”.
Luis Planas, juntamente com a responsável pela Agricultura, Desenvolvimento Rural, Emergência Climática e Transição Ecológica da Comunidade Valenciana, Mireia Mollá, reuniu-se ontem em Valência com a Interprofissional Espanhola de Citrinos (Intercitrus), organizações agrícolas profissionais e cooperativas agrícolas da Comunidade Valenciana, onde este assunto “é motivo de especial preocupação pela entrada de citrinos importados de países terceiros, bem como pelos riscos de poderem ser fonte de transmissão de pragas que afectam as culturas locais”.
Pedido por escrito à Comissão Europeia
O ministro lembrou que fez um pedido por escrito à Comissão Europeia, assinado em conjunto com o ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Reyes Maroto, para solicitar que os citrinos sejam considerados produtos “muito sensíveis” para efeitos dos novos acordos comerciais que a União Europeia subscreva ou a renovação das existentes e que não haja mais concessões.
O governo espanhol solicitou também que um tratamento a frio seja aplicado a produtos como laranjas de países terceiros, que podem transportar a traça da laranjeira. Neste sentido, o ministro considerou como um importante passo em frente o facto de a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos ter reconhecido que as medidas actuais são insuficientes, justificando assim os postulados de Espanha.
Luis Planas salientou que na próxima segunda-feira, no Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, voltará a sublinhar a necessidade de se avançar na reciprocidade, porque “ainda há muito por fazer e é necessário abrir um debate sereno sobre o assunto que tanto preocupa o sector agrícola”.
Agricultura e Mar Actual