A Madeira Banana Hearts pode avançar para a comercialização de de picles (Banana Heart Pickles) e snacks (Banana Floret Snacks), feitos a partir do coração da bananeira, designado na Região Autónoma da Madeira por pinguelo. Um processo que durou quase um ano e que contou com o apoio da Direcção Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, em parceria com a StartUp Madeira.
A produção e comercialização destes produtos poderá ser realizada na Madeira ou serem também utilizados para exportação.
“A produção de picles (Banana Heart Pickles) e snacks (Banana Floret Snacks), tal como a sua respectiva avaliação sensorial, foi bem sucedida. Estes produtos poderão ser comercializados, num futuro próximo, pela Madeira Banana Hearts“, diz Natália Silva, daquela Direcção Regional.
A Madeira Banana Hearts é liderada por Linda Kajli Bettencourt, uma húngara que se apaixonou por um madeirense, com que se casou, e pela Ilha da Madeira, onde vive desde 2014. Com formação jurídica, deixou a advocacia e dedicou-se a actividades ligadas ao sector turístico.
Mas, em 2020 a pandemia de Covid-19 tudo mudou. Depender do turismo na Madeira deixou de ser sustentável. E Linda Kajli Bettencourt lembrou-se que na Ásia e no Brasil se come a flor da bananeira (ou coração), que é abundante na Madeira.
Programa StartNow
Explica ainda Natália Silva, da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, no Boletim DICAs, que a Startup Madeira, no âmbito do Programa StartNow, apoia equipas de trabalho com ideias inovadoras, como a Madeira Banana Hearts. Esta equipa tinha como principal objectivo o desenvolvimento de vários produtos alimentares sustentáveis, a partir do gomo terminal do cacho de banana, designado localmente por pinguelo.
Corações de banana em conserva Banana Floret Snacks Banana Blossom Powder
“Assim, foi solicitado à Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Madeira o necessário apoio técnico para o desenvolvimento deste projecto, com início em Outubro de 2020”, refere Natália Silva.
Na sequência deste pedido, foram realizadas várias experiências no InovLab, com orientação e colaboração da Divisão de Inovação Agroalimentar da Direcção Regional de Agricultura, para produzir farinha a partir do pinguelo.
Após estabelecer um plano de trabalho, com o objectivo de produção de farinha e ou outros produtos alimentares a partir do pinguelo, foram estabelecidos contactos com a Universidade da Madeira, com um chefe de cozinha de uma unidade hoteleira da região e com o AgroSenseLab (Câmara de Provadores da SRA).
No InovLab foi produzida uma farinha a partir da secagem e respectiva moagem do pinguelo, pelo que foi necessário separar as suas várias partes constituintes, que foram alvo de secagem em estufa, para a sua completa desidratação e posterior moagem em equipamento adequado.
No que respeita à farinha de pinguelo, será ainda necessário a realização de novos ensaios para o desenvolvimento deste produto, denominado Banana Blossom Powder.
“De salientar que a sua avaliação, do ponto de vista nutricional, também será realizada pela Universidade da Madeira, no entanto, através da bibliografia, é sabido que o coração da bananeira ou pinguelo é rico em fibras, contribuindo para o bom funcionamento intestinal. Possui antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico, sendo também rico em minerais, como o cálcio, ferro e magnésio, ajuda na prevenção de problemas como a osteoporose (enfraquecimento dos ossos) e a anemia (deficiência de ferro no sangue) e no alívio de stress e ansiedade”, realça Natália Silva.
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Agricultura e Mar Actual