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Luta contra a praga da vespa do castanheiro está em curso em 30 municípios

O combate à vespa das galhas do castanheiro está ser feito em cerca de 30 municípios através da largada de parasitas que podem eliminar a praga que afecta a produção de castanha, segundo a associação do sector.

A luta biológica está a ser concretizada pela Associação Nacional da Castanha – RefCast, com sede em Vila Real, direcções regionais de agricultura do Norte e Centro e municípios onde estão a ser feitas as largadas.

José Gomes Laranjo, presidente da Refcast e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), disse à agência Lusa que este processo começou na última semana de Abril e vai-se prolongar até meados de Maio, porque as largadas têm de ser feitas quando as galhas dos castanheiros já estão formadas, segundo o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.

A luta biológica consiste na largada dos parasitóides “Torymus sinensis”, insectos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa.

100 largadas na Primavera

Ao todo, segundo o responsável, vão ser feitas cerca de 100 largadas nesta Primavera, cada uma das quais inclui 120 fêmeas e 70 machos e custa 280 euros. Este processo estende-se do Minho, Douro e Trás-os-Montes, às Beiras e até à Madeira. Entre segunda-feira e esta quinta-feira foram feitas 26 largadas.

José Gomes Laranjo referiu que a luta biológica tem sido a única que se tem revelado eficaz no combate a esta praga, referindo que foi também o método adoptado em Itália e em Espanha.

Após a implementação destas medidas serão necessários três a quatro anos para que seja atingido um novo equilíbrio entre praga e parasita. «À medida que o parasita vai crescendo a praga vai diminuindo o seu nível de ataque», salientou José Gomes Laranjo.

O responsável referiu que a luta biológica vai decorrer num total de 180 freguesias, dos municípios que aderiram ao protocolo de parceria “Biovespa”, assinado entre a RefCast e as autarquias, as quais se comprometeram a assegurar financiamento para os parasitóides, que são adquiridos em Itália.

O investigador referiu que há outros concelhos onde foi detectada a vespa mas que não aderiram ao “Biovespa”, e onde infelizmente a «luta teve que ser travada e estão a descoberto», designadamente em Ponte de Lima, Barcelos, Fafe, Guimarães e Vila Nova de Famalicão.

O primeiro foco de infestação desta praga, que afecta a produção de castanha, foi detectado no final de Abril de 2015 na região transmontana, um ano depois de ter sido encontrada primeira vez em Portugal, no Minho.

Devido à importância que a produção de castanha representa para a economia transmontana, tem-se assistido a uma grande mobilização na luta contra a vespa que, à semelhança do que já aconteceu em outros países europeus e se não for travada, pode eliminar até 80 por cento da produção nos próximos anos.

O investigador salientou que é preciso também continuar a vistoriar os soutos com o objectivo de retirar o material contaminado dos castanheiros e impedir a sua propagação, um processo que deverá decorrer até meados de Junho, altura em que a vespa começa a sair das galhas.

Em Trás-os-Montes, os focos foram detectados em novas plantações, onde foram destruídas as galhas infestadas, e não em castanheiros adultos. “Estamos extremamente receosos que possam aparecer focos em castanheiros adultos, porque é uma situação tremendamente preocupante”, salientou.

Ver também: Vespa do Castanheiro alvo de combate biológico na Madeira

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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