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Lusomorango quer chegar às 20.000 toneladas de fruta produzida em Portugal

“Queremos chegar sustentadamente às 20.000 toneladas de fruta produzida em Portugal, ou mesmo ultrapassar”. Quem o diz é António Corrêa Nunes, administrador da organização de produtores Lusomorango.

Depois do morango e da framboesa, o crescimento da Lusomorango passa por desenvolver a produção de mirtilo e de amora em Portugal.

E como consegue António Corrêa Nunes chegar àquele valor? Aquele responsável, em entrevista à organização da 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas, que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo, aponta alguns desafios que urge superar para atingir tal objectivo.

Entre estes estão a dinamização do perímetro de rega do rio Mira, e outros onde a actividade se possa inserir; a agilização da contratação de mão-de-obra sazonal para colheita da fruta (todos os anos são necessários 5.000 trabalhadores para colher a fruta dos accionistas da Lusomorango); a disponibilidade de soluções para combater pragas e doenças e a maximização da eficiência produtiva dos agricultores e aumento de escala das suas explorações agrícolas.

Do morango aos outros pequenos frutos

A Lusomorango, organização de produtores (OP) de pequenos frutos vermelhos (berries), fundada em 2005, conta actualmente com 40 accionistas e um volume de negócios de cerca de 45 milhões de euros.

O morango esteve na génese desta OP e foi, até 2008, a cultura dominante entre os agricultores seus accionistas, no entanto, a evolução do mercado levou a Lusomorango a ajustar o foco para a produção de framboesa, melhor remunerada no centro e norte da Europa.

Actualmente o seu portefólio reparte-se por 90% de framboesa e 10% de amora e mirtilo, sendo o Litoral Alentejano a principal geografia produtiva, secundada pelo Algarve e Ribatejo. As regiões complementam-se em calendário de produção, permitindo ter fruta quase todo o ano.

Parceria com a Driscoll’s

O sucesso desta Organização de Produtores deve-se fundamentalmente ao dinamismo dos seus produtores, à capacidade de adaptação aos mercados e à parceria estratégia com a multinacional americana Driscoll’s, que opera em Portugal há mais de uma década e que impulsionou e muito o negócio dos berris no nosso País.

“Portugal tem condições óptimas para continuar a produzir framboesa e escalar mais o negócio, mas procuramos soluções e alternativas também nos outros frutos vermelhos, nomeadamente o mirtilo e a amora”, afirma António Corrêa Nunes.

A Lusomorango e a Driscoll’s acreditam que há um potencial grande para produzir mirtilo de ar live (sem túnel) no Ribatejo, e vê em Portugal “um dos países onde mais facilmente conseguiremos desenvolver a cultura da amora”.

Mirtilos e amoras no Outono

O objectivo de ambas as entidades, produtor e comprador, é produzir em Portugal mirtilos e amoras no Outono, quando a América do Sul não produz, e aproveitar a janela de mercado com mirtilos mais precoces, em antecipação à fruta vinda do Norte da Europa, da Polónia e da Sérvia.

O modelo de negócio da Driscoll’s tem por base o fornecimento das plantas, apoio na operação, culminando com a compra do produto e escoamento nos mercados internacionais sob as marcas Driscoll’s e Berry Valley.

98% da fruta exportada

A Lusomorango, que já tem stand reservado na AgroGlobal, exporta 98% da fruta e tem crescido em volume de negócios na casa dos 2 dígitos todos os anos.

“Os estudos de mercado dizem-nos que o consumo dos berries na Europa tem ainda uma margem de crescimento brutal, quando comparado com a realidade nos EUA, onde o consumo está mais consolidado”, afirma António Corrêa Nunes.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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Um comentário

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