“Ainda durante este ano, esperamos alargar os reconhecimentos oficiais do nosso laboratório, o que representa sempre um crescimento importante e um incentivo para todos os técnicos que trabalham no laboratório. Estamos também em fase de implementação de novos métodos de análise de azeite, de modo a podermos alargar a nossa oferta. Nestes novos métodos está incluída a análise organoleptica, que é a análise sensorial do azeite, realizada por um painel de provadores devidamente treinado”.
Quem o diz é Helena Monteiro, a responsável pelo Laboratório de Química da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, que este ano assinala os seus 10 anos de funcionamento.
Em entrevista ao departamento de comunicação da ACOS, Helena Monteiro adianta ainda que “temos ainda como objectivo, a médio prazo, alargar a oferta analítica a outros sectores”.
Quanto às perspectivas para a campanha deste ano, aquela responsável refere que “este é um ano de contra-safra e, portanto, as expectativas não são boas, principalmente nos olivais mais tradicionais. Este efeito não é tão acentuado nos sistemas mais intensivos, mas espera-se uma quebra pronunciada, principalmente se compararmos com o ano passado, que foi um ano de produção excepcional”.
Laboratório passou de 3.000 para 48.000 amostras
Ao identificar uma lacuna na região e até a nível nacional, no que diz respeito à análise da azeitona e do azeite, a ACOS inaugurou em Outubro de 2012 um laboratório de química. O novo equipamento foi planeado para responder à necessidade sentida pelos olivicultores e lagares da região que, durante a colheita da azeitona, tinham de enviar as amostras para laboratórios espanhóis, por falta de capacidade de resposta em Portugal, frisa Helena Monteiro.
“A juntar ao factor proximidade, o Laboratório de Química tem vindo a afirmar-se pela sua competência técnica, flexibilidade, aumento gradual das análises disponibilizadas, o que tem contribuído para o aumento de clientes e de amostras requeridas em cada ano”, acrescenta.
E realça que “na campanha de 2012/2013, o Laboratório recebeu cerca de 3.300 amostras para análise, sendo que no ano seguinte já ultrapassou as 15 mil. Embora reflectindo os anos de safra e de contra-safra, tem vindo a ocorrer um aumento gradual de análises solicitadas à azeitona, azeite, bagaço de azeitona. Na Campanha de 2018/2019 o número de amostras solicitadas aproximou-se das 36 mil. A última campanha, de 2021/2022, que coincidiu com um ano de produção excepcional, o Laboratório da ACOS processou 48.253 amostras”.
“O número de clientes também tem vindo a aumentar, quer sejam olivicultores, lagares privados e de cooperativas, laboratórios e entidades comercializadoras. O laboratório recebe amostras de azeitona, azeite, bagaço de azeitona e óleo de bagaço de azeitona provenientes de todo o País”, realça Helena Monteiro.
Actualmente, o Laboratório da ACOS realiza análises para “determinar o momento ideal para a colheita, avaliar e monitorizar a qualidade (rendimento e acidez) das azeitonas entregues no lagar, determinar a acidez do azeite extraído em poucos minutos, a qualidade do azeite produzido, as perdas de gordura no bagaço, análises para calibração de equipamentos NIR (Near Infrared Reflectance). A garantia de qualidade dos resultados é reconhecida pelo Instituto Português da Acreditação”.
Agricultura e Mar