João Carlos Dias Coelho foi reeleito, no dia 30 de Setembro, em assembleia geral, como presidente da comissão executiva do Geota – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente. É este o seu segundo mandato, para o qual estabeleceu as principais linhas estratégicas para o biénio 2022/2023.
“É com muito gosto que continuo a presidir à comissão executiva do Geota, sempre com o objectivo presente de continuarmos a reforçar a nossa estrutura, independência e trabalhar em prol do ambiente e da sustentabilidade. Trata-se de um desafio para trilhar em equipa, e que esperamos próspero, sendo que temos em vista alargar a nossa acção a iniciativas de cooperação e desenvolvimento a nível interno, europeu e lusófono”, explica João Carlos Dias Coelho.
Além da comissão executiva, foram ainda eleitos, com 90% dos votos, dois órgãos sociais – Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal, presididas por João Joanaz de Melo e José Macário Correia, respectivamente. O regresso aos órgãos sociais de Manuel Pinheiro, co-fundador da associação (Professor Doutorado e investigador do IST) foi saudado, bem como especial referência ao estatuto histórico e de associado de Eugénio Menezes Sequeira (Agrónomo e investigador).
A nova comissão executiva, que integra também Isabel Moura (Bióloga), Judite Fernandes (Geóloga) e Patrícia Tavares (Jurista), como Vice-Presidentes e Manuel Lucas (Gestor) como Tesoureiro, José Candeias (Biólogo), Lurdes Carvalho (Bióloga) e Rogério Ivan (Eng. Especialista em Energia), como substitutos, apresenta-se com um projecto para inovar a associação que perfaz 42 anos de actividade e tem como seu fundador número um Eng. Carlos Alberto Pimenta.
Monchique. Projecto Renature
João Dias Coelho informou que “o projecto Renature, dedicado inicialmente à serra do Monchique, está a alargar o seu âmbito ao restauro do Pinhal de Leiria e à Serra da Estrela, sendo que o financiamento dos projectos está a ser 100% privado nesta fase, pelo que espera maior contributo do Estado, caso do Fundo Ambiental e do ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas]. O GEOTA desenvolve um importante contributo ao país e às comunidades com a recuperação das áreas ardidas” nos grandes incêndios de 2017, 2018 e 2019, que espera seja reconhecido pelo Governo”.
Realçada a iniciativa de relançamento do CIDAMB – Cidadania Ambiental – para como Federação associativa de ONGAS intervir em acções judiciais na Defesa do Meio Ambiente e da legislação nacional e europeia, caso da Directiva Quadro da Água, das Convenções internacionais e da protecção dos ecossistemas.
Encontro Ibérico Rios sem Fronteiras
Durante a assembleia geral, foi ainda saudado o Encontro Ibérico Rios sem Fronteiras, que se realizou no dia 13 e 14 de Outubro de 2022, em Marvão, onde foi aprovada uma declaração com o título “Reconnecting Iberian Rivers” e onde foi apresentada a visão para além de 2022 no trabalho com os rios ibéricos.
O encontro contou com a participação de especialistas, académicos e instituições de Portugal e Espanha, estando prevista uma intervenção activa deste grupo de trabalho na implementação da Convenção de Albufeira, contribuindo para uma gestão adequada, inteligente e estratégica que una as comunidades e defenda os recursos hídricos em tempo de escassez”.
Já no âmbito da estratégia para a água, João Dias Coelho afirmou que “além do projecto Rios Livres, “o qual espero que possa continuar com a promoção da sustentabilidade na gestão dos recursos hídricos nacionais, será também alargada a cooperação com o Conselho Nacional da Água e com a Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), e às associações do sector da água, caso da APDA e APESB”.
Nova revista
Entre as novidades, João Dias Coelho manifestou ainda a intenção de reforçar a área da comunicação do Geota: “a associação irá relançar “O verde”, revista de referência do grupo nos anos 80 e 90, que, a partir de 2023, irá sair em edição semestral em formato digital, para que os grupos de trabalho do GEOTA possam divulgar as suas teses e opiniões, abrindo a mesma à sociedade civil e académica. A aproximação com a juventude e gerações académicas será fundamental para contribuir para uma nova mentalidade nas políticas de ambiente do futuro”.
O Geota tem apostado na reflorestação das áreas afectadas pelos incêndios ocorridos em 2017 no Pinhal de Leiria, e em 2018 na Serra de Monchique. “Impulsionados pelas alterações climáticas e pelo impacto do homem ao longo dos anos, estes incêndios tornaram-se extremamente destrutivos”, diz a associação.
A iniciativa Renature Leiria tem como objectivo “devolver o verde ao Pinhal de Leiria com um milhão e trezentas mil árvores plantadas até 2026. No âmbito do Renature Monchique já foram plantadas 200 mil árvores autóctones e apoiados cerca de 60 proprietários. Estes projectos têm sido financiados por instituições privadas e articuladas com o ICNF”, refere a mesma nota.
Agricultura e Mar