O Governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, conseguiu a aprovação da lei, votada no Parlamento em Roma no passado dia 16 de Novembro, que proíbe a produção de carne sintetizada em laboratório. Itália é o primeiro país da União Europeia a avançar com a proibição de uma prática que ainda não é permitida no espaço europeu.
“Na Europa devemos promover acções que nos impeçam de mudar o nosso modelo alimentar. Não podemos ceder à falta de qualidade. Trabalhamos para que toda a União Europeia possa estar convencida do acerto da escolha italiana de vanguarda baseada num grande movimento popular institucional com milhares de municípios, cientistas, políticos e médicos que pediram para intervir sobre o assunto”, disse o ministro da Agricultura de Itália, Francesco Lollobrigida, em entrevista à Rai Radio 1.
“É uma loucura, sob todos os pontos de vista, deslegitimar as nossas produções atacando-as, apoiando teorias absurdas como as que querem favorecer os rótulos condicionantes”, acrescentou o ministro, salientando que a “Itália é o primeiro país a salvo dos riscos sociais e económicos associados à comida sintética”.
Já em entrevista ao telejornal da televisão RAI, frisou que “devemos proteger os nossos trabalhadores, os nossos empresários agrícolas e os nossos cidadãos que têm o direito de comer bem”, adiantando que “este alimento não é actualmente permitido na Europa e não foi testado e testado adequadamente. Estamos optimistas de que a União rejeitará a possibilidade de produzi-lo, importá-lo e comercializá-lo”.
Antes da votação, a 14 de Novembro, Francesco Lollobrigida dizia, em nota de imprensa do Ministério da Agricultura italiano, que “notificaremos a lei à Europa imediatamente após a sua aprovação (…) Esperamos que o exemplo italiano seja seguido a nível europeu, com o mesmo modelo com que foi escolhido para evitar os OGM [[Organismos Geneticamente Modificados] no continente”.
“Estou orgulhoso de que dentro de alguns dias a Itália será a primeira nação a proibir um produto que pouco tem a ver com o nosso sistema alimentar e de produção, e que põe em causa o próprio cuidado com o ambiente, que vem dos nossos agricultores e dos nossos produtores pecuários. A relação entre comida, terra e homem é uma relação milenar que não pode ser reproduzida em laboratório”, reiterou o ministro.
Actualmente, a produção de carne sintética efectua-se apenas nos Estados Unidos da América e em Singapura. Na Europa, a UE ainda não deu luz verde a nenhum projecto de criação de carne em laboratório.
Agricultura e Mar