A evolução nominal positiva prevista pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para a produção vegetal em no ano de 2021 (+16,5%) decorre de acréscimos em volume e em preço, de 10,1% e 5,8%, respectivamente. Para este crescimento foram determinantes as evoluções observadas nos vegetais e produtos hortícolas e nos frutos.
Estas são as estimativas do INE, na sua primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para o ano de 2021, nas quais prevê que o rendimento da actividade agrícola deverá aumentar 11,1%, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA).
Quanto às estimativas de produção de cereais, apontam para um aumento em volume (+6,9%), em resultado dos aumentos do milho e arroz (+5,0% e +30,0% respectivamente). Com efeito, a campanha cerealífera foi bastante boa, tendo os preços registado um acréscimo significativo (+23,1%), onde se destaca a subida do preço do milho (+36,4%), em consonância com a evolução dos preços nos mercados internacionais, realça o INE.
Para as plantas forrageiras os técnicos do INE estimam acréscimos em volume e preço (+5,0% e +9,9%, respectivamente), em resultado das condições climatéricas, que permitiram o desenvolvimento das pastagens e promoveram um aumento de biomassa da generalidade das culturas destinadas à alimentação do efectivo animal.
Produtos hortícolas
Relativamente aos vegetais e produtos hortícolas, prevê-se um aumento em volume (+9,5%) que reflecte, sobretudo, a evolução dos hortícolas frescos, particularmente do tomate para indústria. Este produto deverá registar um acréscimo em volume de 25%, tendo-se alcançado rendimentos unitários historicamente elevados.
De referir que a qualidade do tomate entregue na indústria transformadora foi elevada, com bons índices de cor e valores altos de grau Brix, embora se tenham verificado, principalmente após as chuvadas do final de Setembro, situações de podridão e de alguma sobrematuração, tendo os preços aumentado (+5,1%).
Para as plantas e flores, é igualmente esperado um aumento em volume (+2,8%), após um ano adverso para este sector, dado a situação pandémica ter prejudicado o mercado destes produtos. Quanto ao preço, estima-se um acréscimo para o conjunto dos vegetais e produtos hortícolas (+2,8%).
Produção de azeitona
Para a produção de azeitona, o INE estima um acentuado aumento em volume (+31,4%), decorrente de uma produtividade que será a mais elevada nos últimos 30 anos. De facto, após um ano de contrassafra, a floração e o vingamento dos frutos decorreu com condições meteorológicas muito favoráveis, originando, de uma forma geral, uma carga significativamente superior à alcançada na campanha anterior.
O desenvolvimento e maturação da azeitona também decorreu normalmente, com a chuva de final de Outubro a permitir um aumento no calibre em alguns olivais tradicionais de sequeiro, aliado ao facto dos novos olivais intensivos de regadio terem um impacto cada vez maior.
Vinho
Relativamente à produção de vinho, apesar da instabilidade das condições climatéricas em fases relevantes do desenvolvimento da uva, o INE prevê um aumento de produção em volume (+5,0%) e um equilíbrio favorável entre a acidez e os açúcares (embora estes sejam inferiores ao habitual), esperando, assim, vinhos de boa qualidade.
Para o Azeite, prevê um acréscimo significativo em volume (+20,5%), em consequência da excelente produção de azeitona da campanha em curso (2020/2021) que mais do que compensou a redução da produção de contrassafra da campanha anterior (2019/2020).
Agricultura e Mar Actual