Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) dizem que a seca e as altas temperaturas aceleraram a maturação dos batatais, antecipando a colheita e provocando uma quebra generalizada de produtividade. E realçam que em algumas regiões têm-se registado dificuldades de comercialização, devido principalmente ao excedente de produção da campanha anterior.
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Agosto de 2022, do INE, de um modo geral, as elevadas temperaturas secaram a rama muito rapidamente e inibiram a tuberização (temperaturas máximas superiores a 30⁰C e temperaturas nocturnas superiores a 20⁰C inibem a tuberização), apresentando os tubérculos calibres médio a miúdo, inferiores ao habitual.
Por outro lado, a batata produzida em regadio tem exigido uma frequência de rega superior ao normal, o que em muitos casos não tem sido possível de satisfazer, devido aos baixos níveis das reservas hídricas. Desta forma, a batata de regadio deverá registar um decréscimo de 15%, prevendo-se uma diminuição de produção de 30% na batata de sequeiro, face à campanha passada.
Acrescentam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística que as condições meteorológicas afectaram o rendimento da cultura, mas não potenciaram o aparecimento de doenças criptogâmicas.
Apesar dos tubérculos apresentarem boas condições sanitárias e de conservação (embora existam relatos de batatas afectadas por míldio a apodrecerem nos armazéns), em algumas regiões têm-se registado dificuldades de comercialização, devido principalmente ao excedente de produção da campanha anterior.
Os preços pagos ao produtor, apesar de registarem variações positivas face ao homólogo, são considerados pela produção como baixos, face ao extraordinário aumento dos preços dos meios de produção.
Agricultura e Mar