O Instituto Nacional de Estatística (INE) informa que o “fraco desenvolvimento vegetativo das pastagens e forragens” teve um impacto negativo na produção animal. Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2022, a escassa precipitação na Primavera e a diminuição/ausência de adubações de cobertura (devido ao extraordinário aumento dos preços dos fertilizantes), afectou o desenvolvimento vegetativo das pastagens e forragens, originando uma diminuição de biomassa destinada à alimentação dos efectivos pecuários que, nalguns concelhos do Baixo Alentejo, será na ordem dos 80%, face ao habitual.
As necessidades de suplementação dos efectivos animais em regime extensivo com fenos e silagens “aumentaram, em muitos casos para níveis superiores ao normal, o que, conjugado com a menor produção de alimentos conservados, poderá causar constrangimentos nas explorações agropecuárias, nomeadamente quando as condições de pastoreio se deteriorarem”, realçam os técnicos do INE.
Junho quente e seco
O Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Julho de 2022 adianta ainda que o mês de Junho caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e seco. O valor da temperatura média, 20,4°C, foi superior em 1,0°C à normal 1971-2000, sobretudo devido ao período de nove dias consecutivos (entre os dias 9 e 17) de temperaturas máximas muito superiores ao normal.
Destaque para o dia 13, com um valor médio das máximas no Continente próximo dos 35°C (correspondente a um desvio de +9,0°C em relação à normal mensal) e cerca de 10% das estações meteorológicas da rede do IPMA a registarem valores de temperatura máxima do ar superiores a 40°C (dias extremamente quentes).
Registaram-se ondas de calor3 neste período, em especial no interior Norte e Centro, no vale do Tejo e no Alentejo. Quanto à precipitação, o valor médio foi de 22,1mm, o que correspondeu a 69% do valor normal. Ocorreu principalmente no litoral Norte e Centro e em alguns locais do vale do Tejo, concentrada nos dias 1 a 3, 15 e 21 a 23.
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