As importações portuguesas de arroz aumentaram significativamente. Diz uma nota do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que os altos custos de produção e a forte concorrência estrangeira combinadas com limitações de água explicam o declínio na área plantada de arroz em Portugal. Diz aquele departamento que as importações, em 2016, ascenderam a 182,898 milhões de toneladas de arroz, e a produção atingiu 166,43 milhões de toneladas.
Segundo aqueles analistas norte-americanos, as temperaturas mais quentes do que o normal aumentaram o desenvolvimento das culturas no Verão de 2017, mas afectaram negativamente os seus rendimentos, que se prevê que permaneçam em níveis semelhantes aos alcançados na temporada anterior.
Portugal é o quarto maior produtor de arroz da União Europeia, sendo responsável por cerca de 6% da produção total. O USDA salienta que o País destaca-se em termos de consumo per capita: 17 Kg por ano, bem acima da média da UE.
A área plantada com arroz seguiu uma tendência ascendente até 2011, quando começou a reduzir-se. Os baixos preços de mercado combinados com altos custos dos factores de produção, assim como o aumento das limitações ao uso de fitossanitários para proteger as culturas, são avançados por aquele organismo norte-americano como os principais factores para a redução da área cultivada.
Produção de arroz agulha a aumentar
A principal variedade produzida em Portugal é a de arroz carolino, mas precisa de importar arroz agulha, para fazer face a uma forte procura doméstica. Refere ainda a nota do USDA que alguns produtores de arroz estão a mudar para o arroz agulha, encorajados pelos preços ligeiramente superiores, um maior rendimento por hectare e pela crescente procura no mercado interno, apesar da forte concorrência estrangeira.
A grande maioria da produção de arroz da UE está concentrada nos Estados-membros do Sul, nomeadamente Itália, Espanha, Grécia, Portugal, França, Roménia, Bulgária e Hungria. Portugal é o quarto maior produtor de arroz da UE, responsável por cerca de 6% da produção, enquanto os maiores produtores são a Itália e a Espanha, com cerca de 50% e 30% do total da UE, seguidos pela Grécia, cuja produção representa 8% da produção total.
Tal como nos outros Estados-membros, “a grande maioria do arroz português é cultivado em zonas húmidas, com culturas alternativas limitadas. A produção de arroz proporciona benefícios ambientais, nomeadamente mantendo a água salgada longe da terra fértil”, acrescenta aquele documento governamental dos Estados Unidos.
Acrescentam os analistas do USDA que as culturas de arroz em Portugal são “altamente mecanizadas e intensivas. O cultivo de arroz requer o uso de máquinas pesadas para nivelar o solo, investindo na semente certificada, fertilizantes, herbicidas e pesticidas”.
As alternativas do tomate e do milho
As alternativas ao arroz, para os agricultores portugueses, segundo o USDA, consistem principalmente no tomate para indústria e na produção de milho. “As limitações da água podem levar à mudança para culturas menos exigentes da água, como o girassol ou a colza”, realçam aqueles analistas.
Em Portugal, existem três principais regiões produtoras de arroz: o Vale do Mondego, no Norte de Portugal; os vales centrais do Tejo e Sorraia; e o Vale do Sado, mais ao Sul.
Agricultura e Mar Actual