O Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça celebra-se hoje, 1 de Junho, considerado desde 2011 “Árvore Nacional de Portugal”. Mas questiona a UNAC – União da Floresta Mediterrânica: “Sobreiro – símbolo nacional…e depois?”, passados 10 anos da ascensão do sobreiro a Árvore Nacional, “que consequências teve esta decisão?”.
Pois revela a UNAC que a área de montado aumentou 0,35% entre 2010 e 2015, de acordo com o 6º Inventário Florestal Nacional (IFN6), mas essa era já uma tendência dos últimos inventários florestais que apontavam para uma estabilização da área de ocupação desta espécie desde 1995.
Por outro lado, a baixa densidade nos montados mantém-se, com a maioria das áreas — 65% do total — a registarem uma densidade inferior a 80 árvores/ hectare, tal como já acontecia no IFN de 2005.
“A perda de vitalidade dos montados é um assunto em aberto, tendo origem em múltiplas causas, entre as quais as alterações climáticas e suas relações com o stress hídrico, idade, secas, pragas e doenças, etc.”, refere a direcção da União da Floresta Mediterrânica, acrescentando que a “resiliência dos produtores florestais e da fileira responde com as armas possíveis a um cada vez maior reconhecimento dos mercados e da sociedade”.
Para a direcção da UNAC “é o momento de todos nos congratularmos pela árvore extraordinária que é o sobreiro, pelos montados, esse exemplo único de multifuncionalidade e biodiversidade, pelos produtos obtidos a partir da matéria-prima extraordinária que é a cortiça”.
Mas diz que é também o “momento de reforçar a aposta de futuro, dando seguimento de forma mais incisiva” ao que ficou previsto em 2011 na resolução da Assembleia da República: “contribuir para tornar mais visíveis alguns dos problemas associados à preservação desta espécie, contribuindo, simultaneamente, para se alcançarem as soluções necessárias”.
Estratégias estão identificadas
As estratégias necessárias “são claras e estão identificadas desde há muito tempo, porém perdem-se de forma sucessiva na construção das soluções”.
E essas estratégias são hoje, Dia Nacional do Sobreiro e da Cortiça relembradas pela UNAC: “pelo período muito longo de retorno dos investimentos associados ao sobreiro, os apoios à instalação e à gestão, são determinantes na promoção de uma nova geração de montados, apostando na conservação do solo e melhoria da fertilidade, na promoção da regeneração natural e no combate às pragas e doenças”.
Por outro lado, os serviços de ecossistema, que a gestão florestal e as boas práticas, certificadas e auditadas por terceiros e reconhecida pela sociedade promove e garante, “precisam de ser efectivamente remunerados.
Tem que haver um esforço construtor de todos, a começar pela definição de montado que não pode ter critérios distintos de interpretação pelas diferentes entidades públicas nacionais”.
Agricultura e Mar Actual