A família Silvestre Ferreira quer continuar a expandir o negócio da Herdade do Vale da Rosa, duplicando a área de produção de uvas, com e sem grainha, para 500 hectares. Uma ambição com muitos desafios pela frente e uma nova geração de jovens gestores para os ultrapassar: os 4 filhos do Comendador António Silvestre Ferreira. A marca está já presente em 15 países.
A Herdade do Vale da Rosa é mais uma das empresas que já reservou o seu stand na 6ª edição da AgroGlobal – Feira das Grandes Culturas que se realiza de 5 a 7 de Setembro de 2018, em Valada do Ribatejo.
Em entrevista ao departamento de comunicação da AgroGlobal, Diogo Silvestre Ferreira, responsável de produção na Herdade Vale da Rosa, explica que conta actualmente com 250 hectares de uva em produção (6.000 toneladas em média por ano) e um “projecto ambicioso de expansão: a família pretende dobrar a área nos próximos anos. Temos terra para isso, mas a maior limitação é o investimento, muito elevado (70 a 80.000 euros por hectare), é preciso algum cuidado”.
Para Diogo Silvestre Ferreira, os principais entraves ao aumento da produção são a mão-de-obra: “É um desafio cada vez maior. No Vale da Rosa temos cerca de 800 colaboradores em plena campanha, e é aí que começam os problemas maiores, muitas vezes temos que recorrer a mão-de-obra estrangeira”. No resto do ano a Herdade emprega em média 350 colaboradores e consegue com alguma facilidade alcançar esse número com “as pessoas das aldeias aqui à volta”.
Variedades de uva
Aquele responsável adianta ainda que conta com “variedades precoces [de uva], de meia estação e tardias, trabalhamos com plásticos (de cobertura) para prolongar o mais possível o calendário de produção, que vai de meados de Junho até finais de Novembro, o que acaba por ser uma grande vantagem para nós em termos de mercado”.
Por outro lado, a Herdade Vale da Rosa tem novas variedades sem grainha com sabores exóticos, para responder a um nicho de mercado, a clientes que procuram novos sabores e sabores distintos. “Já se fazem em alguns países e nós estamos a experimentá-las no Vale da Rosa, dentro de algum tempo poderemos mostrar estas novas variedades aos nossos clientes”, explica Diogo Silvestre Ferreira.
Concorrer com Espanha e Itália
O Vale da Rosa tem crescido ao longo dos últimos anos e “continuamos com esse objectivo, vamos continuar a crescer. Temo-nos afirmado graças à nossa qualidade e ao sabor extraordinário das nossas uvas, é aqui que marcamos pela diferença. Concorremos com Múrcia, em Espanha, e com Itália, e notamos que o nosso produto vai-se afirmando pouco a pouco. Quando as pessoas têm a oportunidade de provar as nossas uvas conseguem perceber as diferenças com a dos países aqui ao lado, que competem connosco”, diz aquele responsável à AgroGlobal.
Internacionalização
A marca Vale da Rosa está actualmente em cerca de 15 países, mas vende cerca de 60% da uva em Portugal. Dos 40% que exporta, grande parte é para Inglaterra, “a França também é um mercado importante para a Vale da Rosa, a Polónia, a Bélgica, entre outros, há cerca de dois anos iniciámos um trabalho com a China”, afirma Diogo Ferreira.
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