O Grupo de Trabalho da Estenfiliose, que tem como coordenador o INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, tem como objectivo controlar uma doença que está a afectar a produção e a qualidade da pêra rocha e para a qual não existem ainda produtos fitofármacos que consigam neutralizar esta praga de uma forma eficaz. Mas está a ter pouca resposta por parte dos produtores.
Na sua 5ª informação sobre a evolução do número de conídios e sintomas de estenfiliose, o Grupo de Trabalho apenas recebeu resposta aos seus pedidos de informação de quatro entidades: Coopval, Cooperfrutas, Campotec e Cooperativa Agrícola do Bombarral.
“Esta informação está a ser enviada para mais de 70 pessoas/entidades”, diz o INIAV na sua 5ª informação. E chega mesmo a questionar o interesse do seu trabalho: “A obtenção dos dados constantes nas informações está a ser obtida sem financiamento específico pelo que leva a um esforço muito grande de recursos humanos e financeiros. Assim, agradeço que informem se estas informações são úteis e devem continuar ou se são dispensáveis e por isso devem terminar”.
36% dos frutos jovens afectados
Na sua última informação, o Grupo de Trabalho refere que se verificou, na média dos três pomares analisados, 36% dos jovens frutos apresentam sintomas aparentes de estenfiliose.
Os responsáveis pela informação chamam a atenção para o facto de que, apesar de “não serem visíveis à vista desarmada, a percentagem de frutos com infecções aparentes é muito elevada”.
A estenfiliose – Pleospora spp. (forma perfeita) Stemphylium vesicarium (forma imperfeita) – ataca as folhas e os frutos da pêra rocha. Nas folhas os seus sintomas são o aparecimento duma mancha castanha continuada por uma auréola avermelhada. Estas manchas têm tendência para invadir toda a folha, ao longo da nervura central, causando a sua dessecação e queda, explica fonte da Bayer.
Nos frutos essas pequenas manchas castanhas surgem nas faces mais expostas ao sol, e vão alastrando a todo o fruto se as condições climatéricas forem favoráveis à doença. Os sintomas variam conforme a variedade da pereira.
Ainda segundo a Bayer, embora “nalgumas variedades as lesões pareçam ser apenas superficiais, o interior do fruto pode estar completamente atacado. A incidência da doença parece estar ligada também à alteração dos esquemas de tratamentos do pedrado, em particular o emprego de substâncias activas que apenas controlam o pedrado e não têm acção sobre a estenfiliose. Depende também das variedades de pereira e do estado de maturação dos frutos”.
Agricultura e Mar Actual