Governo espanhol quer retirar o azeite da rotulagem Nutriscore. “Não reflecte os seus benefícios nutricionais”

O governo espanhol quer retirar o azeite da lista de produtos que utilizam o sistema de rotulagem Nutriscore, em linha com as afirmações do sector, porque a classificação atribuída por este sistema “não reflecte os seus benefícios nutricionais”.

A informação foi comunicada pelo Ministério do Consumo, espanhol, que especificou que, para o conseguir oficialmente, a Espanha já apresentou esta proposta “aos órgãos de governo da Nutriscore”, um modelo de rotulagem cuja patente é francesa.

Estes promovem a implantação desse sistema de rotulagem nos alimentos embalados desde o final de 2018, embora já então a Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (Aesan) tenha iniciado uma negociação com as autoridades francesas para modificar o cálculo para o azeite, realçando que este tinha uma nota melhor.

As conversas foram frutíferas e as alterações melhoraram a classificação do azeite para “C”, a terceira numa escala de cinco, que na opinião do executivo espanhol é insuficiente.

De acordo com o Ministério do Consumo, liderado por Alberto Garzón, a decisão de Espanha de “retirar” o azeite do sistema de rotulagem Nutriscore “foi recebida positivamente pelos restantes países” que estão a implementar o sistema.

O Nutriscore é um modelo de rotulagem voluntária que visa facilitar ao consumidor saber se um produto é mais ou menos saudável olhando no rótulo, e para isso lhe dá uma nota e uma cor.

Portugal

Em Portugal, algumas embalagens alimentares já têm um logótipo rectangular dividido em cinco cores (verde, verde-claro, amarelo, laranja e vermelho), ligadas, por sua vez, às letras A a E.

Com esta escala, pretende-se mostrar a qualidade nutricional dos alimentos e, ao mesmo tempo, apostar numa interpretação fácil e rápida.

Em defesa da obrigatoriedade do sistema de rotulagem nutricional Nutriscore no espaço europeu, mais de 30 organizações, entre associações de consumidores, académicos e empresas alimentares, endereçaram, a 27 de Abril de 2020, uma carta a Stella Kyriakides, comissária europeia para a saúde e segurança alimentar.

O pedido surgiu antes da implementação da estratégia Farm to Fork (Do Prado ao Prato), iniciativa integrante do “Green Deal” (Pacto Ecológico Europeu), e cujo objectivo é tornar o sistema alimentar sustentável.

Agricultura e Mar Actual