O grupo ambientalista GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente promove esta semana a 3.ª “Caravana pelo Tâmega”, que passará pelos concelhos que serão afectados caso se confirme o aproveitamento hidroeléctrico de Fridão.
O objectivo é recolher testemunhos da população local, a agregar à Acção Popular que vai colocar em tribunal, no final deste mês. Os ambientalistas dizem que a barragem poderá “influenciar negativamente a produção de vinho verde”,
Programa Nacional de Barragens lançado por Manuel Pinho
A construção da barragem de Fridão, incluída no polémico Programa Nacional de Barragens, lançado por Manuel Pinho durante o mandato de José Sócrates, encontra-se suspensa até Abril de 2019, na sequência da reavaliação deste programa – uma das contrapartidas do acordo de governação entre PS e “Os Verdes”.
Ana Brazão, do projecto Rios Livres GEOTA, teme que “aproximando-se a data do fim da suspensão, se iniciem trabalhos para erguer o paredão que criará uma albufeira em zona de actividade sísmica activa, a escassos 6 quilómetros da cidade de Amarante”.
“Se a barragem avançar, as pessoas que vivem e trabalham no centro da cidade estarão em risco permanente. Em caso de colapso, a onda de inundação chega em menos de 13 minutos”, alerta.
“Zona de auto-salvamento”
Segundo o Regulamento de Segurança de Barragens, Amarante seria considerada uma “zona de auto-salvamento”. Ou seja, está tão próxima que as autoridades não teriam tempo para pôr em marcha um esquema de evacuação ordenada, pelo que a responsabilidade pela fuga e salvamento cairia unicamente sobre os próprios amarantinos, refere uma nota de imprensa do GEOTA.
Além dos riscos associados à segurança e aos impactes ambientais, o GEOTA destaca o “desalojamento de dezenas de famílias, a diminuta contribuição para a produção eléctrica do País, as alterações microclimatéricas que poderão influenciar negativamente a produção de vinho verde e a destruição do potencial económico das actividades ligadas a este trecho de rio livre”.
“Paisagens de barragens há muitas. Em Portugal estão identificadas mais de 7.000 barreiras fluviais. O que é hoje procurado por turistas são os cada vez mais raros rios selvagens”, afirma a ambientalista.
Agricultura e Mar Actual