A União Europeia quer exportar pêras e maçãs para os Estados Unidos da América, algo que até hoje é proibido pelas leis norte-americanas. Face ao embargo russo contra os produtos europeus, Bruxelas procura outras opções. No sábado, a agência de segurança alimentar dos EUA aprovou uma recomendação que permite a importação dos frutos frescos de oito países da UE, substituindo o actual sistema de autorização prévia que condicionava a entrada de maçãs e pêras da Bélgica, Alemanha, França, Itália, Polónia, Espanha, Portugal e Holanda.
Portugal sentirá o impacto desta medida, que prevê a exportação de cerca de 14.000 toneladas de fruta para os EUA. De acordo com a Comissão Europeia, o valor comercial das exportações “é modesto, de cerca de 10 milhões de euros, o que representa uma fatia de 0,5% do mercado. No entanto, este será um alívio bem vindo num sector que passa por dificuldades sérias e representa uma oportunidade de reagir à flutuações na oferta.”
A decisão da USDA (a agência para a agricultura e saúde de plantas e animais dos EUA) reflecte “a ligação crescente entre a Comissão e a administração norte-americana. Será uma vantagem significativa para os agricultores europeus, muitos dos quais perderam o seu maior mercado de exportação de um dia para o outro, como resultado das sanções impostas pela Rússia em 2014”, afirma a Comissão Europeia.
Os comissários europeus da Agricultura, do Comércio e da Segurança Alimentar e Saúde congratulam-se com a medida da USDA e contam com a abertura do mercado dos EUA ainda a tempo para a colheita de 2016, ou seja, até Setembro deste ano.
O sistema proposto prevê que os carregamentos de maçãs e pêras frescas dos oito países europeus sejam acompanhados de um de um certificado fitossanitário e sujeitos a uma inspecção à entrada do porto, adianta a USDA.
O pedido de simplificação destas exportações para os EUA estava pendente desde 2007. Os produtores de pêras e maçãs dos EUA, porém, têm livre acesso ao mercado europeu.
Europeus perderam principal importador
O embargo russo a produtos europeus foi prolongado em Junho de 2015, depois de a União Europeia ter decidido continuar com as sanções contra o país até 31 de Janeiro de 2016, na mesma altura.
As sanções impostas à Rússia visam o sector bancário, do petróleo e da defesa e ainda o congelamento de bens a personalidades russas e ucranianas e foram estabelecidas devido à participação do país na crise militar e política que se seguiu ao golpe de estado na Ucrânia, em 2014. Em reposta, Moscovo proibiu a importação de produtos alimentares como carne, fruta ou vegetais oriundos da UE, EUA, Canadá, Austrália e Noruega.
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