A Estação de Avisos Agrícolas da Terra Quente – Mirandela, nos principais concelhos de produção de azeitona, onde tem os seus postos biológicos, e da observação à lupa no laboratório, recomenda aos olivicultores a efectuarem um tratamento fitossanitário contra a mosca da azeitona, com produtos homologados, em virtude de se ter atingido o NEA (Nível Económico de Ataque).
O nível económico de ataque de uma praga ou doença de uma dada cultura mede a intensidade de ataque desse inimigo da cultura, avaliado num dado momento. O NEA para cada praga ou doença, baseia-se no facto de que pode existir na cultura uma certa quantidade de inimigos mas que, se estes se mantiverem abaixo de um determinado nível – o NEA – podem não causar prejuízos. O nível económico de ataque é, assim, um nível de tolerância.
Segundo a Estação de Avisos Agrícolas da Terra Quente – Mirandela, a mosca da azeitona (Bactrocera (Dacus) oleae) é uma das principais pragas da oliveira, ou melhor praga chave devido aos estragos que provoca tanto qualitativos como quantitativos é a mosca da azeitona.
“A importância dos estragos, varia muito de local para local, de ano para ano, e dos fins a que se destina, a azeitona, pois na azeitona de conserva, a simples picada da postura, retira todo o valor comercial destes”, frisa aquela Estação de Avisos Agrícolas da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte), na sua Circular 5/2021, de 29 de Setembro 2021.
Por outro lado realça que quando o destino é a produção de azeite, “os prejuízos podem ser quantitativos, devido á queda precoce dos frutos e ao consumo da polpa destes pelas larvas, ou qualitativos resultante das reacções de oxidação que se dão na polpa da azeitona, levando assim a azeites de inferior qualidade, mais ácidos e com um menor poder de conservação”.
“Estes prejuízos são maiores nos olivais de sequeiro do que nos olivais de regadio, podendo atingir valores de 10% em Agosto, 5% em Setembro. Da monitorização da praga em armadilhas Mc Phail e armadilhas adesivas amarelas, com feromona”, refere ainda a Estação de Avisos Agrícolas da Terra Quente – Mirandela.
O insecto
E explica que este insecto é um díptero da família Tephritidae, com 4 a 5 mm de comprimento, a cabeça é amarela avermelhada, com dois olhos bem desenvolvidos, um par de antenas curtas e o tórax é também amarelo avermelhado, com o dorso negro, no qual existem quatro faixas acinzentadas, com duas mais claras e descontínuas, encontrando-se este insecto coberto por uma pubescência castanha clara.
O abdómen de cor pardo-avermelhada, nas fêmeas o último segmento prolonga-se para formar uma bainha protectora do ovipositor, que as distingue facilmente dos machos. É com este órgão ovipositor que executam a postura no mesocarpo dos frutos. Apresentando assim uma incisão em forma de V quase imperceptível à vista desarmada, mas facilmente identificável por uma vulgar lupa enquanto os frutos vão amadurecendo, à superfície destes aparecem pequenas depressões e uma coloração mais clara.
Quando se dá a pupação, que no geral é no interior dos frutos, a polpa da vizinhança da epiderme é consumida, formando-se uma película fina com uma coloração diferente do restante mesocarpo da drupa.
Pode ler a Circular 5/2021 completa aqui.
Agricultura e Mar Actual