A Endesa está a promover o agronegócio na região de Abrantes com o projecto ‘Apadrinha uma Oliveira’. A iniciativa foi apresentada esta segunda-feira, 5 de Junho, em Mouriscas, na Região de implantação do Projecto de Transição Justa do Pego, em Abrantes. O evento teve lugar junto à Oliveira de Mouchão (a mais antiga da Península Ibérica, com 3.350 anos).
A iniciativa Apadrinha uma Oliveira é uma parceria entre a Endesa e a ONG “Apadrina un Olivo”, além de recuperar oliveiras abandonadas, promove a produção de azeite de forma tradicional e o cultivo de conservas a partir das hortas.
O projecto Apadrinha Uma Oliveira instalará o próprio lagar de azeite, uma fábrica de conservas e uma unidade de compostagem na região de Abrantes, “incentivando assim a fixação da população rural”
“Serão geradas oportunidades de emprego de qualidade, com 27 postos de trabalho associados ao projecto. E não só criar-se-á trabalho no entorno rural, ainda reactivará o sector agrícola em abandono”, garante a Endesa em nota de imprensa.
O objectivo na região de Abrantes, é recuperar 10.000 oliveiras abandonadas dos mais de 200.000 hectares de olival abandonado na região de Abrantes e Médio Tejo. “Porque ao recuperar o património natural estamos também a mitigar o risco de incêndios na zona”, adianta a mesma nota.
Por outro lado, o projecto Apadrinha Uma Oliveira instalará o próprio lagar de azeite, uma fábrica de conservas e uma unidade de compostagem na região de Abrantes, “incentivando assim a fixação da população rural”.
Marca de azeite virgem extra
Os responsáveis pela iniciativa vão também lançar uma marca de azeite virgem extra “com propósito”, como consequência da recuperação dos olivais, e a médio prazo criará uma fábrica de conservas para recuperar os hortos da zona e consumir produtos locais.
O Projecto “Apadrinha uma Oliveira” está enquadrado no Plano para a Criação de Valor Partilhado ou CSV (Creating Shared Value), com que a Endesa trabalha em todos os seus projectos. Visa maximizar o seu valor para a comunidade envolvente através de um conjunto de iniciativas que são construídas através de um processo participativo com os agentes locais, realça a mesma nota.
A colaboração da Endesa com a iniciativa começou na região espanhola de Andorra (Teruel), depois da adjudicação conquistada pela Endesa, no concurso de Transição Justa em 2022.
O Apadrina un Olivo é um projecto social de referência em Espanha: “um modelo de empreendedorismo rural” nascido em 2014 em Oliete, Teruel, Espanha, para gerar desenvolvimento rural sustentável em áreas pouco povoadas. Gera um triple bottom line e um elevado impacto social, enquadrado nos cinco S’s “Social, Solidário, Sustentável, Saudável e Solar”.
Transição justa do Pego
A Endesa, através da sua filial Endesa Generación Portugal, venceu em 2022 o concurso de transição justa do Pego, em Portugal, com um projecto que combina a hibridização de fontes renováveis e o armazenamento naquela que será a maior bateria da Europa, com iniciativas de desenvolvimento social e económico.
O objectivo principal do evento de segunda-feira, foi apresentar in loco o projecto e conscientizar os vários convidados sobre a importância do apoio e preservação do meio ambiente. Esta iniciativa, agora implementada a nível ibérico, “promete trazer benefícios significativos para a região, de forma a reactivar a economia sustentável”.
Durante o evento, o director geral da Endesa em Portugal, Guillermo Soler, e o director do negócio de produção eléctrica da Endesa em Portugal, Pedro Almeida Fernandes, receberam o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, para formalizar esta parceria.
Para o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, “este projecto vem potenciar a criação de sinergias entre os produtos de azeite e ajudar a alavancar todos os recursos instalados no concelho, num sector considerado estratégico para o Município”.
Impacto social no território
Por sua vez, Pedro Almeida Fernandes, director do negócio de produção eléctrica da Endesa em Portugal, realça que “a conservação dos olivais favorece não só um impacto social no território, mas também um impacto ambiental, contribuindo para a mitigação de CO2. Além disso, é um conjunto de estratégias e instrumentos para envolver os proprietários e utilizadores do território na conservação e boa utilização dos valores e recursos naturais, culturais e paisagísticos”.
Já segundo José Martín, um dos fundadores do Apadrina un Olivo (ver aqui), “o olival representa o que somos e como nos relacionamos com o nosso ambiente, por isso precisamos de madrinhas e padrinhos que queiram manter o legado do nosso território, para nos reconectarmos com a nossa identidade, património e riqueza e juntos podemos reescrever a história. Por isso, convidamo-lo a entrar no sítio Web, a escolher uma oliveira, a apadrinhá-la e a começar a fazer parte de uma comunidade forte com impacto no território”.
E o responsável da Apadrinha Uma Oliveira, João Pinelas, afirma que “a minha ligação à tradição olivícola é muito antiga: a família da minha mulher tem oliveiras e eu sei o que é apanhar azeitonas e levá-las para o lagar. Foram precisos 32 anos para que as oliveiras se tornassem os actores principais da minha vida, e nunca mais secundários”.
“Depois de terminar a minha passagem pelo Pego com a Endesa, a Apadrina un Olivo seu projecto de inovação social, permite-me aprender e reencontrar-me com a terra e com o que nos rodeia, desta vez olhando de frente para a riqueza natural. Nunca é tarde para reescrever a história, a nossa história, a nossa própria história, a história que temos em comum. Por isso, gostaria de vos perguntar: que relação têm com a oliveira/com o olival? Que memórias vos evoca?”, acrescenta.
Saiba tudo sobre o projecto Apadrinha uma Oliveira (Portugal) aqui.
Agricultura e Mar