A escassa precipitação na Primavera condicionou o desenvolvimento vegetativo das pastagens e forragens o que, conjugado com a redução da quantidade de fertilizantes aplicados nas adubações de cobertura (devido ao extraordinário aumento dos preços), resultou numa diminuição de biomassa destinada à alimentação dos efectivos pecuários.
No entanto, apesar de nalguns concelhos do Alentejo as quebras de matéria verde rondarem os 80%, na maior parte das explorações foi possível manter o pleno pastoreio dos efectivos em regime extensivo durante o mês de Maio, referem as previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Maio.
As reduzidas disponibilidades alimentares verificadas no pastoreio directo e nos alimentos compostos (fenos e silagens), cujos trabalhos de corte, secagem e enfardamento decorreram sem constrangimentos, terão um impacto negativo nas explorações agropecuárias, nomeadamente no Verão, quando as condições de pastoreio se deteriorarem, acrescenta o INE.
Maio extremamente quente e muito seco
O mês de Maio caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente quente e muito seco. Maio de 2022 foi o mais quente dos últimos 92 anos, com uma temperatura média de 19,2°C (+3,5°C face à normal 1971-2000).
O valor médio da temperatura máxima, 25,9°C, também foi o mais elevado desde 1931, com um desvio de 4,9°C face à normal. Registaram-se ondas de calor entre os dias 3 e 14 de Maio, em especial no interior Norte e Centro, no vale do Tejo e no Alentejo, bem como dias muito quentes4 em 15% (dia 20) e 20% (dia 27) das estações meteorológicas do IPMA.
Quanto à precipitação, o valor médio foi de 8,9mm, o que corresponde apenas a 13% do valor normal. Ocorreu principalmente em regime de aguaceiros, por vezes fortes e de granizo, acompanhados de trovoada.
Este cenário posiciona o ano hidrológico 2021/22 como o segundo menos chuvoso (393,9mm) desde 1931, apenas acima de 2004/05 (377,1mm).
Agricultura e Mar