A Dekalb apresentou, a 12 de Janeiro, em Évora, soluções inteligentes para a cultura do milho: um semeador eléctrico que ajusta automaticamente a densidade de sementeira a cada mancha de terreno e a tecnologia AquaTEK, uma nova ferramenta digital que ajuda a regar onde e quando necessário.
A Dekalb juntou cerca de 300 agricultores e técnicos no Évora Hotel na reunião de lançamento da campanha 2017, dando a conhecer novas tecnologias que “ajudam os agricultores a optimizar a produção e a qualidade do milho com menos recursos”, diz um comunicado da empresa.
A jornada começou com o painel de debate “Porque Faço Milho”, composto por agricultores que estão entre os melhores produtores nacionais da cultura. As suas motivações para continuar a investir na produção milho são diversas e revelam que a cultura tem futuro em Portugal: “é uma cultura em que posso confiar, para obter uma margem bruta confortável não basta apenas fazer mais hectares, há que escolher bem as parcelas”, afirmou João Coimbra, agricultor de referência no Ribatejo.
“O milho apresenta uma boa relação rentabilidade-risco, tanto a nível agronómico como comercial. Ter a garantia de que a nossa produção vai ser paga, sem incumprimentos, é muito importante na actual conjuntura de preços baixos”, acrescentou António Godinho de Carvalho, director da Agromais, o maior agrupamento de produtores de milho em Portugal.
“No meu regime de produção – terras arrendadas – vou à procura das culturas anuais que me ofereçam mais garantias e creio que o milho responde a esse desígnio”, disse Joaquim Pedro Torres, administrador da Valinveste, que produz cerca de 2.000 hectares de milho no Ribatejo e Alentejo.
A água como trunfo
“A garantia de água, em quantidade e com estabilidade, é o trunfo mais importante de que dispõe o nosso País face a outras regiões produtoras de milho, como a Ucrânia ou os EUA, grandes produtores mundiais em regime de sequeiro, sujeitos à instabilidade do clima”, acrescenta o mesmo comunicado.
“Devemos persistir na cultura do milho, apesar dos actuais preços baixos, porque queremos estar no mercado quando a produção mundial baixar (e os preços subirem) devido à seca”, argumentou Pedro Torres.
Já Luís Bulhão Martins, presidente da Cersul, agrupamento de produtores de cereais em Elvas, apontou a diferenciação como um caminho para valorizar a produção, revelando que 30% do milho produzido em 2016 na Cersul foi vendido para transformação em grits (sêmola usada na indústria alimentar).
Numa outra vertente, António Barão, produtor de milho para silagem e produtor de leite, sublinhou a importância da silagem de milho na alimentação dos bovinos: “é um alimento muito completo, nutricionalmente equilibrado, que nos permite produzir grandes quantidades de carne e de leite, e com boa relação qualidade-preço. Na minha exploração um quilo de silagem de milho com 30% de matéria seca vale 1/6 do preço do grão”.
Todos os oradores foram unânimes em reconhecer que há muito por fazer na melhoria da eficiência da rega e da fertilização da cultura do milho e consideraram que semear mais cedo, usando variedades híbridas de ciclos mais curtos, é uma boa alternativa para reduzir a humidade do grão à colheita, poupando em custos com a secagem do milho. “Precisamos desesperadamente de inovação e tecnologia para aumentar a produção e reduzir custos”, afirmou Luís Bulhão Martins.
A Dekalb tem vindo a investir em novas tecnologias que “vão ao encontro desta necessidade, posicionando-se como parceiro dos agricultores na aplicação de soluções eco-eficientes. No Centro Tecnológico Dekalb, instalado na Quinta da Cholda, Golegã, a empresa está a realizar ensaios que visam aumentar a produtividade do milho, reduzindo custos e emissões de CO₂”, diz a nota enviada pela empresa à comunicação social.
Em parceria com o agricultor João Coimbra, testou um semeador eléctrico com duplo efeito na pressão do solo que permite mudar automaticamente a densidade de sementeira em função da variabilidade do solo numa mesma parcela. Esta tecnologia é combinada com uma fertilização de precisão, em que a dose de adubo é aplicada a taxa variável na parcela, em função dos dados obtidos através de mapas electrocondutividade do solo, análises de solo e mapas de produtividade. “Queremos aumentar 1 tonelada/hectare, parece pouco, mas para a nossa exploração é muito porque o que conseguirmos a mais é margem”, explicou João Coimbra na apresentação dos ensaios.
AquaTEK – gestão eficiente da rega
Outra tecnologia lançada pela Dekalb em Portugal é o AquaTEK, uma nova ferramenta digital que ajuda o agricultor a gerir com maior eficiência o programa de rega, a partir de qualquer lugar. Graças às imagens por satélite que monitorizam a parcela a cada 6 metros; a 275 sondas virtuais por hectare que medem o uso e as necessidades de água das plantas; a dados de estações meteorológicas e dados introduzidos pelo agricultor, é possível tomar a melhor decisão sobre a rega sem depender de nenhum dispositivo de campo.
O programa permite ainda realizar acções correctivas no momento, uma vez que as imagens de satélite permitem detectar eventuais problemas fitossanitários e de carências nutritivas das plantas. O AquaTEK está disponível em www.aquatek.ag As novas variedades Dekalb para 2017 foram anunciadas por Sílvia Benquerença, do Departamento de Desenvolvimento da empresa. Em lançamento estão:
- DKC6664 – híbrido de ciclo FAO 600, com comportamento homogéneo em todo o tipo de solos
e que responde bem a densidades de sementeira acima das 100.000 sementes/hectare. - DKC5530 – híbrido de ciclo FAO 400 longo, com tecnologia GEN 20, boa qualidade de grão e
boa sanidade, responde bem a altas densidades de sementeira e é bem aceite pela indústria. - DKC5362 – híbrido de ciclo FAO 400 médio-curto, com caule robusto e resistente ao fusarium,
ideal para quem pretende realizar colheitas tardias.
Prémios GEN 20
No encontro, a Dekalb anunciou os vencedores dos Prémios Gen 20, agricultores que em 2016 se destacaram pelo aumento da produtividade da cultura do milho usando híbridos da nova geração GEN 20.
Os vendedores são:
Casal Santo Amaro- 18.232 kg/hectare – DKC6031
Transcomeirense – 18.440 kg/hectare – DKC5530
Casal Baracinho – 18.800 kg/hectare – DKC6630
Jorge Espadinha – 18.856 kg/hectare – DKC6131
João Banza – 19.000 kg/hectare – DKC6644
Herdade do Pinheiro – 19.000 kg/hectare – DKC6630
Pedro Vicente – 19.197 kg/hectare – DKC5632
Agrial – 20.278 kg/hectare – DKC6630
Fundação Eugénio de Almeida – 20.300 kg/hectare – DK6631YG
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