As áreas ocupadas por culturas permanentes no perímetro de rega de Alqueva “tiveram um crescimento exponencial e destacaram-se claramente, em área ocupada. Esta diferença é fruto do aumento de área ocupada por olivais e nos últimos anos, também pelo aumento da área ocupada pelos frutos secos”.
A informação é divulgada no Anuário Agrícola de Alqueva de 2023, elaborado pela EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, o qual realça que “o perímetro de rega de Alqueva, é referência pela sua grande área de olival, mas também pela sua diversidade de culturas. As diferentes condições edafoclimáticas, que se encontram em toda a área do EFMA [Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva], proporcionam condições para produzir um portfolio diversificado de culturas”.
“Podemos observar um aumento de cerca de 4.596 ha nas áreas ocupadas por culturas permanentes, enquanto as culturas anuais aumentaram aproximadamente 1.240 ha. Este aumento nas culturas permanentes é significativo, enquanto o aumento nas culturas anuais também é importante, embora em menor escala. Verifica-se assim, que as culturas permanentes em 2017, ocupavam 69% da área, e actualmente ocupam 82%. Esta subida é tanto mais relevante pelo facto de, em muitos casos existiram substituições dentro dos sistemas de culturas permanentes”, pode ler-se no Anuário Agrícola de Alqueva de 2023.
Em 2023 a relação entre as áreas ocupadas, por culturas permanentes e anuais, manteve-se igual a 2022, com 82% e 18% de área ocupada, respectivamente.
“O desenvolvimento da ocupação cultural ao longo dos anos, foi evoluindo para a maior preponderância das culturas permanentes em detrimento das anuais. As taxas de crescimento das áreas, destes dois tipos de culturas, têm vindo a reduzir de ano para ano, uma vez que, a taxa de ocupação dos perímetros, está muito próxima dos 100%, e assim as áreas disponíveis para novas ocupações é residual”, adianta o documento.
EFMA
Situado no Alentejo o EFMA — Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva tem a sua área de influência directa distribuída por 20 concelhos dos Distritos de Beja, Évora, Setúbal e Portalegre. O EFMA dispõe de cerca de 130 mil hectares regados, o que faz deste projecto um “instrumento estruturante, mobilizador de um diversificado conjunto de actividades, sustentado num processo de desenvolvimento integrado”.
Para além dos 120.000 hectares da 1ª fase, está a ser executado o plano de expansão, com a segunda fase de Alqueva, que pode chegar a cerca de 35.000 hectares.
O aproveitamento integral do regadio de Alqueva “é uma condição essencial para a sua sustentabilidade, devendo-se procurar e apoiar alternativas que, aproveitando os recursos hídricos disponibilizados, sejam sustentáveis do ponto de vista económico, social e ambiental”, frisa a EDIA.
Anuário Agrícola de Alqueva
O Anuário Agrícola de Alqueva de 2023 assinala a sua nona edição, mantendo o compromisso de fornecer informações sobre os sistemas de produção existentes e potenciais em Alqueva. O seu principal propósito continua a ser auxiliar os agricultores, técnicos e investidores interessados no desenvolvimento ou estudo de actividades agrícolas sustentáveis na região.
A elaboração deste documento resulta da recolha de informação sobre as diferentes culturas, junto de especialistas, de produtores da região, informação de documentos, artigos e outra bibliografia publicada e disponibilizada pelas várias entidades do sector.
Foram também consultados dados e informação do Instituto Nacional Estatística (INE), do Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP) e de outras instituições ligadas ao Ministério da Agricultura.
Consulte o Anuário Agrícola de Alqueva de 2023 aqui.
Agricultura e Mar